sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pulgas

Muitas empresas caíram e caem na armadilha das mudanças drásticas de coisas que não precisam de alteração, apenas aprimoramento.
O que lembra a história de duas pulgas.
Duas pulgas diretoras estavam conversando e então uma comentou com a outra:
-- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero. Ele coça e já éramos. É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
Elas então decidiram contratar uma mosca para treinar todas as pulgas a voar e entraram num programa de treinamento de vôo e saíram voando.
Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
-- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro, e como nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele, ele nos pega. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo rapidamente.
Elas então contrataram uma abelha para lhes ensinar a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu... A primeira pulga explicou por quê:
-- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito, temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.
E então um pernilongo lhes prestou treinamento para incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos....
Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar.
Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes perguntou:
-- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plásticas?
-- Não, entramos num longo programa de treinamento. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
-- E por que é que estão com cara de famintas?
-- Isso é temporário. Já estamos fazendo treinamento com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar de modo a perceber, com antecedência, a vinda da pata do cachorro. E você?
-- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e perguntaram à pulguinha:
-- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em um programa de treinamento, em uma reengenharia?
-- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
-- Mas o que as lesmas têm a ver com pulgas, quiseram saber as pulgonas...
-- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas.
Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução.
Ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me disse:
"Não mude nada.. Apenas sente na nuca do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança".

MORAL DA HISTÓRIA:
Você não deve focar no problema e sim na solução.
Para ser mais eficiente é necessário escutar e não falar.
Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de reposicionamento.

Max Gehringer

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