sexta-feira, 29 de abril de 2011

Não existe mau cliente

É bastante comum, nos bastidores do varejo, ouvir comentários sobre experiências positivas e desgostosas no atendimento ao público, relatados pelas equipes como forma de desabafo ou mesmo de diversão.

Mas o que são, realmente, os bons e os maus clientes? Poderíamos mesmo assumir um comportamento esperado como positivo ou negativo, esquecendo a tradicional máxima de que o “cliente tem sempre razão”? Ou o segredo é mais profundo e inerente a algumas perguntas não endereçadas pela maioria dos varejistas?

Podemos mesmo afirmar que os bons clientes são aqueles bons compradores; bons pagadores; que não discutem o preço; não questionam as formas de pagamento, a embalagem, os opcionais e o atendimento; não solicitam brindes; são sorridentes e felizes; educados acima de tudo; tolerantes; aceitam abertamente sugestões em substituição àqueles itens procurados; e ao mesmo tempo são independentes, dispensando a dedicação, atenção e orientação das equipes de loja e até mesmo numerosas idas e vindas ao estoque?

Os maus clientes, então, teriam o oposto desse perfil? É possível, seguindo esse raciocínio, especular que existem diversos tipos de “maus clientes”, classificados em alguns grupos:

• Os indecisos na escolha dos itens, solicitando apoio e atenção dos lojistas de forma quase exclusiva;

• Os tiradores de vantagens, que pedem descontos sem fim e insistem em conseguir uma condição de pagamento diferenciada em relação à oferta regular da loja;

• Os questionadores, exigentes e impacientes sobre o tempo de espera nas filas do caixa e para serem atendidos; aqueles que têm pressa e querem resolver tudo muito rápido e de forma um tanto prática;

• Os insatisfeitos, que podem não estar num bom dia ou que, em algum momento, não se mostraram receptivos ao lojista, foram pouco gentis ou até mesmo rudes com a equipe de loja.

Parece um tanto utópico imaginar que o modelo de negócios de cada varejista seja intocável e que a maioria dos inconvenientes do dia a dia esteja pautada nas dinâmicas dos consumidores em si.

Não seriam então esses comportamentos indesejados de consumidores e suas expectativas elevadas simplesmente reflexos de alguns temas e soluções não endereçadas dentro dos pontos de venda, seja por atendimento, instalações, preço, sortimento, promoção, serviços em geral e simpatia?

É possível dizer que o segredo na definição e clusterização dos bons e maus clientes é muito mais profundo e também inerente a algumas perguntas não endereçadas pela maioria dos varejistas. Até que ponto cada rede de varejo e/ou varejista independente tem a clareza do seu core business, sua proposta de valor, seu público alvo? Quanto de sua agenda anual cada varejista dedica no exercício de entender seu consumidor primário e traduzir suas expectativas em atributos perceptíveis na loja? Sendo a loja física o principal ponto de contato tangível para a experiência de consumo entre o consumidor e o varejista, não seria o desafio do segundo atender, superar, antecipar e antever as expectativas do primeiro, a fim de poder atrair os clientes e fazê-los vivenciar a experiência satisfatória responsável pela recompra e boa lembrança?

Devemos então refletir sobre onde está o decisor estratégico responsável pela prévia definição de seu público-alvo e tudo que o fará entrar e sair da loja com um sorriso estampado no rosto e a diferença impactante em suas vendas.

É muito simples rotular consumidores. Ainda mais sério e perigoso seria perdê-los por uma inadequação de atendimento ou incompreensão de seu perfil de compra e expectativas. O exercício estratégico de posicionamento de marcas e lojas, a partir do entendimento de quem são realmente seus clientes target a partir de seu perfil demográfico e psicográfico, se torna fundamental para a alavancagem e identidade do ponto de venda.

É preciso saber o que queremos e o que não queremos, para transmitir a mensagem de forma clara e objetiva ao consumidor final. Essa mensagem deve significar a assertiva tradução das expectativas e necessidades dos clientes, por meio dos atributos da loja e de uma proposta de valor consistente e percebida.

Na prática, significa resgatar a famosa e velha máxima de que “o consumidor tem sempre razão”, e ainda remeter e associá-la à nova máxima que vem sendo utilizada já alguns anos: ”o consumidor é o centro das atenções.”

Assim, atrairemos mais clientes que rotulamos como certos... O resultado, a experiência, a satisfação, o sorriso e, principalmente, ao final do dia sua equipe dizendo que a loja tem mais e mais clientes certos...


Cristiane Osso (cristiane.osso@gsmd.com.br), sócia-diretora da GS&MD - Gouvêa de Souza - 29/04/2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Treinamento: vale a pena misturar?

Uma das tendências mais concretas em Programas de Treinamento nas empresas está cada vez mais sendo questionada pelas áreas internas no momento de sua implantação: o formato blended. Poucos se dizem desfavoráveis à mistura de diferentes canais de aprendizagem quando desejam capacitar seus funcionários, mas, depois de tanto trabalho, uma pergunta paira no ar: é realmente preciso criar tantas formas de treinar as pessoas dentro das empresas?

É necessário fazer aqui uma primeira consideração: sim, é trabalhoso! Pensar em diferentes canais de aprendizagem gasta, além de dinheiro, muito suor e tempo das áreas de T&D. Isso sem contar o gasto de saliva na hora de convencer as outras áreas da empresa e até o público-alvo dos programas de que treinamentos blended geram resultado. Mas é importante também notar que, atrás desse esforço todo, existem sim pesquisas e argumentos que sustentam prática e discurso. O mais importante desses argumentos está fundamentado nos conceitos de estilos de aprendizagem, baseados nas diferentes formas com que as pessoas percebem e processam novas informações e, com isso, aprendem.

David Kolb, um dos principais nomes do conceito de estilos de aprendizagem, classificou, no livro Experiential Learning: Experience as the Source of Learning and Development, de 1984, a forma como as pessoas aprendem em quatro macrogrupos, a partir de duas dimensões: (1) pessoas que aprendem fazendo X pessoas que aprendem assistindo; e (2) pessoas que aprendem com os sentidos X pessoas que aprendem com os pensamentos. As diferentes preferências de aprendizagem apontadas no modelo de Kolb e em outros muitos modelos semelhantes levam à relação íntima que os estilos têm com a realização educacional de cada pessoa. Nesse sentido, os programas de treinamentos das empresas precisam contar com diferentes formas de comunicar seus conteúdos para garantir que as mensagens sejam entendidas por pessoas que aprendem de formas diferentes.

Na prática, cada público tem sua vocação para aprender de uma forma ou outra. Quando pensamos em canais em programas de treinamento, usualmente abordamos uma ação ativa ou uma ação passiva que o participante tem diante da mensagem. O canal passivo refere-se à maneira receptiva de alguém receber determinada informação, normalmente relacionada aos sentidos auditivo e/ou visual. É o caso de vídeotreinamentos, de treinamentos presenciais e de palestras, em que a função do participante se restringe a manter seus sentidos abertos para a informação. Aqui, a geração do aprendizado não é garantida (depende da atenção do participante, do seu envolvimento, da aplicação da informação, do conhecimento prévio etc) e, por isso, os conteúdos desse canal são geralmente mais generalistas e didáticos. O canal ativo já demanda do participante muito mais ação: leitura, movimento e fala são alguns exemplos de estímulos necessários para que esse canal seja acessado. Normalmente os conteúdos desse canal são mais complexos e exigem raciocínio e intensa participação do treinando para gerar aprendizagem. O que pode ser mais eficaz, mas, ao mesmo tempo, também difícil de exigir de determinados públicos...

Os programas de treinamento blended precisam considerar tanto as diferentes formas de aprender entre os participantes como a mistura de canais ativos e passivos de envio de informação. Essa dinâmica entre estilos e canais, entretanto, precisa estar conectada por um formato que faça sentido ao público-alvo. Não adianta estruturar um milhão de formas de transmitir os seus conteúdos se elas não têm dependência e integração entre si. O formato de um programa de treinamento tem a missão de unir as diferentes iniciativas de aprendizagem em uma lógica única, em que o participante possa compreender começo, meio e fim da proposta de treinamento.

Diante desse cenário, parece impossível exigir a mesma eficiência de treinamentos em formatos blended e em formatos que só se utilizam de canais presenciais ou online, por exemplo. A amplitude da aprendizagem (pelo menos, do potencial de aprendizagem) que um formato blended traz a um programa tem condições de atingir pessoas com estilos de aprendizagem diferentes, de formas diferentes e por canais diferentes. E isso dá trabalho!


Daniel Maganha (daniel@gsmd.com.br), gerente de Treinamento & Desenvolvimento da GS&MD – Gouvêa de Souza

PepsiCo lançará máquina para venda de bebidas a distância

O novo sistema da PepsiCo permite que usuários presenteiem seus amigos com uma bebida ao inserirem no sistema o nome do destinatário



Nova York - A PepsiCo vai apresentar uma máquina que permite a clientes comprar bebidas para outras pessoas remotamente, em mais um movimento para mostrar que sua batalha com a Coca-Cola está ficando cada vez mais tecnológica.
Um protótipo da nova tecnologia será exibido em uma feira em Chicago esta semana. A Coca-Cola começou a testar sua máquina de venda de bebidas Freestyle, que possui uma tela sensível ao toque e pode administrar mais de 100 combinações de sabores, em 2009.
O novo sistema da PepsiCo permite que usuários presenteiem seus amigos com uma bebida ao inserirem no sistema o nome do destinatário, o número de seu celular e uma mensagem de texto ou vídeo personalizado. O presente é entregue na forma de um código, com instruções para retirar a bebida em outra máquina semelhante.
"A venda de bebidas de forma social amplia as redes sociais para além dos aparelhos dos usuários e transforma uma experiência estática em algo divertido e animador", disse Mikel Durham, executivo de inovação da PepsiCo Foodservice.
Outra frente da batalha tecnológica das empresas é o setor de embalagens recicláveis. A PepsiCo foi a segunda a afirmar que era capaz de produzir uma garrafa de plástico reciclável a partir de materiais provenientes de plantas, mas sua garrafa será feita de produtos jogados no lixo --como cascas de laranja ou de aveia-- enquanto a garrafa da Coca-Cola é feita de cana-de-açúcar.

REUTERS (27/04/2011)

O desafio de crescer

Uma das mais difíceis decisões a serem tomadas por uma rede varejista é onde abrir a sua próxima loja. Em um país continental como o nosso, a dificuldade é ampliada, uma vez que a escolha equivocada de um lugar pode significar uma loja que venda pouco, pois o mercado é pequeno, ou que não consiga atender toda a demanda. Além disso, as questões ligadas à logística de distribuição e à definição do mix de produtos também podem se transformar em prejuízos irrecuperáveis.

Ainda hoje, o perfil familiar e pouco profissionalizado de inúmeras empresas varejistas brasileiras faz com que as decisões de expansão sejam tomadas exclusivamente através do faro dos gestores. Poucos possuem astúcia suficiente para definir o tamanho e o perfil de uma loja com apenas uma visita à cidade ou ao terreno e normalmente o que acontece é uma sucessão de tentativas com erros e acertos e cujos custos nunca são devidamente apurados até que o novo ponto se viabilize.

A melhor forma de planejar a expansão de uma rede de varejo é a utilização de métodos seguros, que misturam pesquisa de mercado com coleta de dados primários junto às fontes, ou então secundários, já produzidos por alguma outra entidade, como o IBGE.

Essas informações podem ser estudadas de forma a gerar um algoritmo, ou seja, uma combinação de diversas informações que produzirão um novo dado, um índice, uma escala ou mesmo um ranking que permita auxiliar a decisão do melhor caminho a trilhar.

Os dados primários devem vir de uma pesquisa junto ao público-alvo, buscando compreender quais são as expectativas não atendidas, o real espaço que existe na mente do consumidor para uma nova bandeira no segmento; as barreiras existentes e que deverão ser suplantada; os efeitos esperados da concorrência, etc.

Os dados secundários deverão trazer informações sobre o perfil etário; socioeconômico; de gênero; de outros estabelecimentos existentes; da concorrência estabelecida direta e indiretamente; sobre os fluxos de pessoas – no caso de cidades centrais que exercem atratividade econômica sobre outras ao seu redor –; centros comerciais, seja shopping centers ou ruas de comércio; e assim por diante. Essas informações podem, em alguns casos, estar representadas em imagens, naquilo que se convencionou chamar de geomarketing e que facilita o entendimento mais amplo do espaço.

Todas essas informações deverão ser consideradas, sendo descartadas aquelas que efetivamente não apresentarem correlação significativa para o negócio e assim serem compostas numa equação que determinará, por exemplo, qual o grau de aderência de uma localidade para absorver uma loja.

Percebe-se que essa é uma tarefa complexa e exige muito rigor em sua elaboração. Poucas empresas no Brasil aceitam investir recursos nesse tipo de projeto, mas são aquelas que normalmente não têm de rever o fechamento de lojas depois de um período de prejuízos. O importante é que esses procedimentos sejam incorporados de vez ao planejamento empresarial e que os custos daí decorrentes sejam encarados como minimizadores de impactos negativos, e não como simples despesas.


Luiz Goes (lgoes@gsmd.com.br), sócio senior e diretor da GS&MD (28/04/2011)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Brasileiros têm menos diplomas




Levantamento mostra que Brasil é o último em lista de 36 países, com 11% da população de 25 a 64 anos graduados

 
Brasília – Para concorrer em pé de igualdade com as potências mundiais, o Brasil terá que fazer um grande esforço rumo ao aumento do percentual da população com formação acadêmica superior. Levantamento feito pelo especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, a partir de relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), coloca o Brasil no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar o percentual de graduados na população de 25 a 64 anos. Os números se referem a 2008 e indicam que apenas 11% dos brasileiros nessa faixa etária têm diploma universitário. Entre os países da OCDE, a média (28%) é mais do que o dobro da brasileira. O Chile, por exemplo, tem 24%, e a Rússia, 54%.

O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, disse que já houve uma evolução dessa taxa desde 2008 e destacou que o número anual de formandos triplicou no país na última década. “Como saímos de um patamar muito baixo, nossa evolução, apesar de ser significativa, ainda está distante da meta que um país como o nosso precisa ter”, avalia. Para Costa, esse cenário é fruto de um gargalo que existe entre os ensinos médio e superior. A inclusão dos jovens na escola cresceu, mas não foi acompanhada pelo aumento de vagas nas universidades, especialmente as públicas. “Acabar com o gargalo se faz com ampliação de vagas e nós começamos a eliminar esse funil que existia”, afirmou ele.

Costa lembra que o próximo Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo ele, esse patamar está, atualmente, próximo de 17%. Para isso, será preciso ampliar os atuais programas de acesso ao ensino superior, como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que aumentou o número de vagas nessas instituições, o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece aos alunos de baixa renda bolsas de estudo em instituições de ensino privadas, e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que permite ao estudantes financiar as mensalidades do curso e só começar a quitar a dívida depois da formatura.

“O importante é que o ensino superior, hoje, está na agenda do brasileiro, das famílias de todas as classes. Antes, isso se restringia a poucos. Observamos que as pessoas desejam e sabem que o ensino superior está ao seu alcance por diversos mecanismos”, disse o secretário. Os números da OCDE mostram que, na maioria dos países, é entre os jovens de 25 a 34 anos que se verificam os maiores percentuais de pessoas com formação superior. Na Coreia do Sul, por exemplo, 58% da população nessa faixa etária concluiu pelo menos um curso universitário, enquanto entre os mais velhos, de 55 a 64 anos, esse patamar cai para 12%. No Brasil, quase não há variação entre as diferentes faixas etárias.


Estado de Minas - renato weil/em/d.a.press - 14/2/11

Quatro tendências em marketing digital para 2011

Mariela Castro


A utilização da internet fica mais concentrada nas buscas e navegação em geral, e também nas redes sociais. No Brasil, o Orkut é ainda o campeão em número de visitantes únicos (32,41 milhões em fevereiro/2011) mas cresceu apenas 2,85% em seis meses, enquanto o Facebook experimentou por aqui estrondosos 65,7% de crescimento — 45,5% apenas nos dois primeiros meses de janeiro deste ano.
Empresas brasileiras devem aproveitar esse apetite nacional pela internet, prestando atenção em algumas tendências ligadas ao consumo.


1. Mobile + social + local
O celular será nossa porta de entrada para o mundo. Cada vez mais, aplicativos facilitarão a comunicação, as transações comerciais, a integração com as redes sociais, a busca por informações locais e o georreferenciamento.
Quase 45% dos usuários brasileiros usam o celular para acesso à web, segundo estudo da e.Life. Um ano atrás, eram somente 34%. O índice tende a aumentar com base em dois fatos:
Fato número 1: as vendas de smartphones e tablets serão maiores, este ano, do que a de latptops e PCs.
Fato número 2: já começaram a surgir redes sociais baseadas unicamente no celular, como a Path e a Color, cujo intento é estimular as pessoas a compartilhar momentos em tempo real colocando fotos online.
As empresas que não desenvolverem plataformas mobile para seus produtos e serviços podem ficar para trás.

2. As pessoas escolherão o conteúdo que querem consumir
Crescerá o valor da curadoria, ou seja a capacidade para selecionar o que interessa dentro de um mar de conteúdos gerados por qualquer pessoa. A quantidade de informações hoje na web torna essa tarefa indispensável, apesar de ser complexa e exigir competências como foco e discernimento.

3. Tecnologia = pessoas + conectividade
Somos o “homo conectus”. Não existe mais separação entre online e offline. As pessoas querem estar conectadas 24 horas por dia, 7 dias por semana, e usarão todos os recursos para isso – de lan houses a iPhones (o que significa que mesmo as classes sociais menos abonadas dão um jeito).
Isso também leva a um compartilhamento cada vez mais intenso, às vezes sem que as pessoas pensem em privacidade e sem lembrar que a memória do Google e de outras ferramentas de busca é indelével.

4. As empresas se preocuparão mais com o feedback social e o consumo de nicho
O que as pessoas buscam online? Comunicação, conexão, entretenimento e educação/cooperação. Redes sociais de nicho, sobre temas específicos, tendem a prosperar porque reúnem todos esses elementos.
Empresas tendem a reforçar sua presença em canais como YouTube e Flickr, a fim de compartilhar conteúdo que tenha viés de entretenimento também, com isso chamando mais a atenção dos consumidores.
Compartilhar conhecimento e oferecer conteúdo e aconselhamento de graça é outro forte fator de sucesso para as empresas em sua presença nas mídias sociais.
Para terminar, um último ponto: se a internet é natural para as pessoas, também deve ser para as empresas.

Mulheres mudam hábitos alimentares após terem filho

  • omportamento
  • 26/04/2011 11:53

Estudo quer entender a relação das mães com produtos de alimentação infantil

Juliana Castro, do Mundo do Marketing


Rio de Janeiro - Após o nascimento dos filhos, 66% das mães mudam os hábitos alimentares da família. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Sophia Mind para entender a relação das mães com os produtos de alimentação infantil.
Os dados revelaram que 73% das mulheres preparam a comida dos filhos, seguidas pelas avós, com 13%, e a empregada, com 8%. A fonte de informação mais confiável para elas é o médico, com 84%, superando os avôs (67%) e os sites especializados (35%).
As entrevistadas consideram alimentos saudáveis, como legumes e verduras, essenciais na dieta das crianças, com 81%. Em seguida, aparecem frutas, com 78%. Pouco mais da metade (52%) acredita ser importante evitar comer lanches rápidos e pouco saudáveis durante a semana, mas abrem exceções aos sábados e domingos.
Em relação aos lançamentos, quase metade das mães afirmou que experimenta as novidades do mercado, independentemente da marca, indicando pouca fidelidade na categoria. A primeira marca que elas pensam é a Nestlé e uma boa promoção faria com que 22% trocassem de produto.
Para 84%, o que determina a escolha dos alimentos é o equilíbrio entre preço e qualidade. Segundo a pesquisa, nenhuma delas disse que compraria o mais barato para o filho. A qualidade influencia, principalmente, na compra de produtos como papinha (65%), leite comum (56%) e água mineral (53%).

O estudo contou com a participação de 402 mulheres, com idades entre 18 e 50 anos, mães de crianças entre um e 10 anos e as principais responsáveis pela compra de alimentos infantis na casa.

Ratinho investe em compra coletiva para a classe C

  • Consumo emergente
  • 27/04/2011 11:38

Chamado de Agrupe, o site foi criado há um ano por estudantes da USP

São Paulo - Mais um site de compras coletivas vira notícia no mercado, mas desta vez com diferenciais: foco na classe C e tendo como investidor o popular apresentador do SBT, Carlos Massa, o Ratinho.
Dono de afiliadas da emissora de Silvio Santos, Ratinho direciona agora investimentos para a internet de forma a aproveitar o boom do segmento. Segundo informa Keila Jimenez na Folha de S.Paulo desta quarta-feira, o apresentador vai apostar em um site de compras coletivas com prática variada de descontos.
Chamado de Agrupe, o site foi criado há um ano por estudantes da USP - Universidade de São Paulo- , e provavelmente tenha foco voltado para a Classe C, faixa que responde por mais de 50% do público do apresentador.
O negócio deve ser anunciado nesta quarta-feira e terá como apoio a participação de Ratinho em campanhas e merchandisings.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

RJ ganha clube de compras voltado para experiências

"UPYOU" trará ofertas como voos de balão, rally e jantares para os consumidores do estado

Cláudio Martins, do
Rio de Janeiro - A partir do dia 9 de maio, o Rio de Janeiro ganhará um clube de compras coletivas voltado para marketing de experiência.
O portal UPYOU trará ofertas como voos de balão, rally e jantares para os consumidores do estado.
Ao contrário dos outros sites do segmento, as promoções não possuem um tempo limitado e os associados poderão desfrutar dos descontos mesmo quando a oferta estiver encerrada.
Para o lançamento, a empresa convida os internautas a recomendarem amigos e concorrerem a prêmios. O usuário que trouxer mais contatos poderá escolher entre um salto de paraquedas, um jantar ou um dia de spa.
O UPYOU divide as experiências disponíveis nas categorias Raros Prazeres (gastronomia), Corpo & Alma (saúde e estética) e Fortes Emoções (atividades esportivas e radicais). Há também o segmento Kids, com ofertas voltadas para o público infantil. O site contará com divulgação nas redes sociais.

NET apresenta serviço de televisão sob demanda

NOW, como foi chamada a tecnologia, chega ao mercado nesta segunda-feira (25)

Aline Bellatti Küller
São Paulo - “É um novo jeito de assistir televisão”. Essas são as palavras de Alessandro Maluf, gerente de marketing da NET, que resumem o novo serviço da empresa, o NOW, que chega ao mercado a partir dessa segunda-feira (25).
Maluf explica que o NOW é um serviço destinado para os clientes de HD e HD Max, com decodificadores novos. O NOW utiliza tecnologia vídeo on demand e tem como objetivo proporcionar que os seus clientes possam assistir a seus programas e aos lançamentos do cinema no momento em que desejarem.
No início, o novo serviço estará disponível apenas em alguns bairros da cidade de São Paulo, localidades que foram escolhidos pela base de fibra óptica da NET.
Segundo Maluf, a ideia é ter um crescimento gradativo dos bairros atendidos e terminar o ano com 100% de assistência na capital paulista.
“Serão disponibilizadas 2 mil horas de programação entre conteúdo pago e gratuito”, conta Maluf para atender um público alvo exigente, que gosta de alta definição e quer comodidade.
Os interessados em adquirir o serviço não precisam se preocupar, pois não há taxas de adesão, só é necessário atualizar o decodificador. Todos os clientes HD e HD Max podem utilizar o mesmo controle remoto para assistir o conteúdo sob demanda. Só é necessário é selecionar o programa que deseja ver e ele já estará disponível, sem necessidade de download ou qualquer espera.

Entre o conteúdo gratuito que estará disponível estão a programação dos canais SporTV, Multishow, GNT, Globonews, Canal Brasil, Nickelodeon e Discovery/BBC, além das estreia da Rede Telecine por meio do Telecine Play.
Já o conteúdo pago, no começo terá um preço fixo de R$9,90, e contempla grandes lançamentos do cinema, como: Tropa de Elite 2, Toy Story 3, Shrek Para Sempre, A saga Crepúsculo: Eclipse. As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alavorada, Predadores e O Último Mestre do Ar. Os usuários poderão assistir todos esses títulos quantas vezes desejarem em um período entre 24 ou 48 horas.
Para Maluf, o NOW vem para confirmar o novo posicionamento da NET, que trabalha na linha: “A gente assina a NET do seu jeito, no seu tempo”, além de casar com um novo momento da televisão, em que a grade de programação está deixando de existir.
O gerente de marketing da NET, a grande vantagem do novo serviço está no fato do mesmo unir TV e banda larga, pois possibilita que os consumidores assistam a programação na televisão, em aparelhos grandes, além de trazer a instantaneidade da web, em que o usuário assiste o que quiser, na hora que desejar.
Em um primeiro momento, o NOW será divulgado apenas por meio de mala direta aos clientes NET e que residem na região atendida pelo novo serviço. Maluf revelou que no futuro o serviço terá uma divulgação maior no mundo virtual.
Em breve, a NET deve divulgar um novo serviço que permitirá que o assinante possa “carregar” consigo o seu pacote de serviços, ou seja, poderá por meio do seu código de assinante assistir todos os conteúdos em que está costumado, por exemplo, quando estiver em um hotel que tem serviços NET, mas com pacote diferenciado do que o usuário está acostumado. Porém, a empresa ainda não confirma a informação. “Vamos contando as novidades na medida que elas acontecem”, resumi Maluf.

6 lições da desilusão com a OGX

  • Bolsa
  • 25/04/2011 09:36

Queda das ações deixou claro para investidores que empresas de exploração de petróleo em estágio pré-operacional são muito arriscadas – ainda que tenham Eike no comando

João Sandrini e Marcela Ayres, de
São Paulo – Na segunda-feira passada, a OGX provocou um verdadeiro terremoto seguido de tsunami na BM&FBovespa. A empresa não conseguiu atingir as expectativas do mercado em relação ao total de reservas que estão bem próximas de ser consideradas provadas e recuperáveis, o que fez com que suas ações perdessem 17,25% do valor em um único dia. As quedas se espalharam também por outras empresas de Eike Batista, como a MMX e a LLX, e por outras companhias de exploração de petróleo ainda estágio inicial de operação, como a HRT e a Queiroz Galvão Exploração e Produção. As ações da OGX até recuperaram parte das perdas na terça e na quarta, mas os ganhos foram insuficientes para que aqueles que já haviam investido no papel recuperassem o prejuízo. Abaixo, EXAME.com aponta seis lições que podem ser aprendidas pelos investidores a partir de um revés que não será esquecido tão rapidamente pelo mercado:

1 - Investir em petróleo é muito arriscado
Uma máxima bastante difundida no mercado diz que não existe no mundo dos negócios nada mais lucrativo do que uma empresa de petróleo bem-administrada. Em segundo lugar, diz a mesma sabedoria, aparecem as empresas de petróleo mal-administradas. Verdadeira ou não, a máxima reflete a importância do petróleo como motor do mundo. O ouro negro literalmente “move” economias inteiras no Oriente Médio. Até mesmo países mais diversificados como o Brasil parecem ter mudado de patamar a partir da descoberta de bilhões de barris de petróleo acumulados na camada do pré-sal.
Na realidade, a máxima parece especialmente verdadeira ao se analisar o caso brasileiro. Maior e mais lucrativa empresa do país, a Petrobras não é nenhum exemplo de estrutura enxuta nem de custos reduzidos. De tempos em tempos, a empresa sofre pressões diretas do governo federal, que dá a palavra final sobre reajustes de combustíveis e tem poder para pôr ou tirar executivos de suas diretorias. Única empresa de exploração de petróleo com ações negociadas na BM&FBovespa durante várias décadas, a Petrobras pode ter criado no imaginário do investidor brasileiro a falsa sensação de que empresas de petróleo são “inquebráveis”.
Quem pensa assim, no entanto, não poderia estar mais enganado. Pouca gente entende melhor a indústria mundial de petróleo do que o bilionário americano T. Boone Pickens. Com mais de 60 anos de experiência no setor, Pickens se tornou um dos homens mais ricos do mundo ao construir primeiro uma grande empresa de petróleo e depois um fundo de investimentos em energia. A quem planeja aplicar dinheiro no setor, ele costuma fazer três alertas: 1) O custo de achar petróleo e gás é sempre maior do que o estimado; 2) O petróleo demora mais que o esperado para começar a ser produzido; e 3) As descobertas nunca são tão grandes quanto se imagina.
Na média, empresas da área de exploração em todo o mundo costumam achar petróleo em apenas 30% dos campos perfurados. No caso da Petrobras, esse índice chega a 50%. Quem compra as ações da OGX pelos preços atuais aposta que a empresa será ainda mais certeira que a concorrente estatal.

2 – Investir em promessas é ainda mais arriscado
Ainda mais temeroso do que investir em exploração de petróleo é comprar ações de companhias que estão em estágio pré-operacional. Essas companhias chegam à bolsa em um estágio ainda prematuro do negócio. Mesmo que tenham sido constituídas a partir de boas ideias, devem ser vistas com cautela pelos investidores. Empresas pré-operacionais não possuem produção relevante nem geração de caixa capaz de sustentar os pesados investimentos que garantirão retorno aos acionistas no futuro. A dificuldade de tomar empréstimos bancários é bem maior. São, portanto, companhias que dependem inteiramente da confiança do mercado para captar recursos e concluir projetos. Como o crédito para ativos de risco é o primeiro que seca em momentos de turbulência econômica, mesmo empresas pré-operacionais muito bem-geridas podem acabar vítimas da falta de sorte.
Devido ao risco inerente ao processo, o comportamento dessas ações não poderia ser mais errático. Durante a crise de 2008, as ações que apresentaram a maior volatilidade entre as que compõem o Ibovespa foram as do setor imobiliário e das companhias de Eike Batista. No mês passado, as empresas de Eike ocupavam duas posições no ranking das dez mais arriscadas da bolsa (clique aqui e veja a lista).
"Tem gente que pula de paraquedas e acha que é tranquilo, mas há outras pessoas que não topam assumir esse risco", diz Flavio Sznajder, sócio da gestora de recursos Bogari Capital. "Como eu não sei avaliar o que a OGX pode realmente entregar, prefiro ficar fora." Para William Castro Alves, analista da XP Investimentos, "quem não acredita que a OGX será capaz de entregar boas notícias sobre sua campanha exploratória nos próximos meses não deve comprar o papel".
3 – Qualquer empresa vai vender sua história como a melhor história
A OGX conta com um dos times de executivos mais competentes do Brasil. Além de trazerem experiência e conhecimento do setor de petróleo, essa pessoas foram contratadas para promover o plano de negócios da companhia da melhor forma possível. Assim como outras grandes empresas, a OGX possui um departamento de relações com investidores criado exclusivamente para tirar dúvidas e melhorar a comunicação com as pessoas responsáveis pela gestão de fortunas no Brasil e no mundo. Quando dados muito relevantes são divulgados ao mercado, é comum que o diretor-geral e que o próprio acionista controlador da companhia também acompanhem o diretor de RI e venham a público fazer o anúncio. Manter esse canal de diálogo aberto é estratégico para que a companhia possa contar com o mercado quando novamente precisar levantar dinheiro.
Para não afugentar os investidores, é lógico que os executivos de uma companhia tentarão sempre ressaltar seus pontos fortes ou suas oportunidades de crescimento. Isso não é feito por má-fé ou para enganar ingênuos. Qualquer um que estivesse no comando de uma empresa faria o mesmo – e quem está do lado comprador dos papéis sabe que essa é a regra do jogo. O caso da OGX chama a atenção porque um grande número de investidores e analistas decidiram comprar as promessas da companhia antes de haver números suficientes para que fosse avaliado o que realmente a empresa poderia entregar.

Em parte, Eike Batista pode ser responsabilizado pelas expectativas exageradamente otimistas em torno da OGX. O bilionário fez promessas ao mercado que acabou não cumprindo. Tanto que, em entrevista ao jornal Valor publicada nesta segunda-feira, o diretor-geral da OGX, Paulo Mendonça, admite que a empresa precisa "mudar a estratégia de comunicação para que não ocorram novos ruídos entre a empresa e o mercado". Quem investe em qualquer empresa aberta deve ter consciência, portanto, que é necessário checar as histórias que serão contadas pelos departamentos de relações com investidores ou pela presidência da companhia para não não haja surpresas negativas.
4 – No mercado, não existem reis. Apenas tronos
A máxima acima já foi repetida milhares de vezes ao redor do mundo, mas, mesmo assim, o erro continua sendo cometido. Afinal, em se tratando de Eike Batista, é difícil não esperar algo excepcional. Em pouco mais de dez anos, o bilionário saiu praticamente do anonimato para se tornar o oitavo homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes. O império construído por Eike inclui empresas de mineração, logística, energia e estaleiros - além, é claro, do petróleo. Alguém bobo ou ingênuo nunca seria capaz de acumular nem pequenas frações de sua fortuna.
O bilionário foi visto com certo ceticismo até 2008. A venda da maior parte da mineradora MMX naquele ano para a Anglo American por 5,5 bilhões de dólares pode ser considerado um "ponto de virada". Em seguida, a OGX fez uma das maiores ofertas iniciais de ações da história da BM&FBovespa e iniciou uma campanha exploratória de petróleo com percentuais de acerto bem superiores à média mundial. Na Bacia de Campos, principal fonte de reservas da empresa, nenhum poço seco foi encontrado até o momento. A sucessão de eventos positivos contribuiu para a criação de mitos em torno de Eike Batista. O principal deles é de que o bilionário teria tido acesso ao mapa das fontes de recursos minerais brasileiros porque seu pai, Eliezer Batista, foi presidente da Vale na década de 1960.
É provável que haja muito pouco de verdade em torno dessas histórias. Mas que investidor não quer estar junto dos melhores? É melhor contratar Warren Buffett ou o cunhado para administrar seu dinheiro? Quem não quer pegar carona em um império em construção? As expectativas em relação ao relatório da D&M eram tão positivas que muita gente disse que os números não tão eram ruins e, mesmo assim, as ações caíram mais de 17%. O documento serviu para mostrar que Eike ainda terá muito o que fazer para chegar ao almejado posto de homem mais rico do mundo como apregoa. E quem investe nas ações da OGX deve ter na mente que o bilionário pode cometer erros como qualquer outro ser humano e que algum dia alguém ainda mais ousado e inteligente poderá assumir seu trono.
5 – O trabalho dos analistas é limitado
Desde que estreou na BM&FBovespa, a OGX é uma das ações com maior número de recomendações de compra. Em março, EXAME perguntou a 30 analistas quais eram suas ações preferidas para investir em 2011 (clique aqui e veja a lista). O papel da empresa ganhou 15 indicações, atrás apenas da Vale e da Petrobras. Também não eram poucos os analistas que esperavam que o relatório divulgado pela consultoria D&M desse um novo gás às ações – e não o contrário.

Mas por que tantos analistas estavam tão equivocados? Em primeiro lugar, os profissionais de análise de investimento trabalham a partir de números e expectativas divulgadas pela própria empresa. "O que aconteceu na semana passada foi uma correção dessas expectativas", diz Osmar Camilo, analista da Socopa. As projeções de preço-alvo feitas para a OGX têm como base estudos geológicos que não são 100% seguros. Os critérios de classificação das reservas são muitas vezes subjetivos o suficiente para criar falsas impressões no próprio time que comanda a empresa.
O trabalho dos analistas é pegar esses números prematuros e imprecisos, submetê-los a uma série de premissas e então chegar ao valor do justo do papel. É importante lembrar que avaliar o valor futuro de uma empresa que está em operação há várias décadas já pode ser muito complicado. Entre as variáveis difíceis de acertar, estão o crescimento da economia brasileira e a taxa de juros no futuro. O trabalho também envolve a análise de fatores bastante subjetivos, como a capacidade de uma companhia de repassar pressões inflacionárias e a viabilidade de futuros projetos de expansão. Como não possui nenhuma bola de cristal, o analista acaba fazendo um exercício de futurologia intrinsecamente sujeito a erros.
No caso de empresas de petróleo pré-operacionais, o número de premissas a serem consideradas é ainda maior. Nenhum analista ouvido sugere que houve má-fé na divulgação de dados ao mercado. Todos os números anunciados ao mercado passam pelo crivo da CVM e são fiscalizados pela ANP. O problema é que muita coisa pode mudar entre um relatório e outro. Tanto que Eike Batista considerou ultrapassado o relatório da D&M três dias depois que ele foi divulgado ao mercado. "É como o Benjamin Button, já nasceu velho", afirmou ele. Quem decide investir em ações da OGX deve estar preparado para muita volatilidade e eventuais correções de rumo à medida que mais dados sobre seus campos de petróleo se tornem conhecidos.
6 – Onde há fumaça, há fogo.
O relatório da D&M foi o revés mais ruidoso de Eike Batista desde que suas empresas chegaram à bolsa. Mais de 11 bilhões de reais em valor de mercado da OGX evaporaram em um único dia. Mas esse não foi o primeiro sinal de que a campanha exploratória da empresa poderia estar em um estágio mais inicial do que o mercado imaginava. Até 2010, a companhia prometia ao mercado a venda de 30% de seus campos de petróleo na Bacia de Campos como forma de financiar a construção da infraestrutura necessária para a exploração dos demais poços. No final do ano, a empresa avisou ao mercado que o negócio seria adiado até meados deste ano, à espera da divulgação do relatório da D&M. Agora, além de anunciar reservas que devem demorar mais tempo que o imaginado para se transformarem em lucro, Eike também avisou que a venda deverá incluir apenas 10% dos blocos da Bacia de Campos.
Por mais que a empresa diga que não, houve uma sinalização no ano passado de que os blocos ou não estão em um estágio iminente de exploração ou que o não valem tanto quando o bilionário imagina. Afinal, há dinheiro de sobra no mundo ávido para investir em petróleo – principalmente o chinês – e ninguém topou pagar o que a OGX pedia pelos blocos da Bacia de Campos. O problema para o investidor de que o negócio não seja realizado é que a OGX tenha que voltar ao mercado com uma nova emissão de ações para financiar seus projetos de expansão, alerta Henrique Ribas, analista da Planner. Como esse tipo de operação costuma colocar pressão sobre os papéis, quem investe na empresa deve estar ciente que pode perder dinheiro no médio prazo.

sábado, 23 de abril de 2011

Como surgiu o nome Google

Google

Uma das marcas mais famosas do mundo, Google seria originalmente chamada de Googol caso uma falha de comunicação não mudasse os planos de seus criadores.

É que em 1996, quando os então estudantes da Universidade de Stanford Sergey Brin e Larry Page finalizaram um projeto e foram receber o pagamento, foram questionados sobre a ordem para a qual o cheque de 100 mil dólares deveria ser passado.
Brin e Page disseram que estavam pensando no nome “Googol”, inventado por Milton Sirotta, sobrinho do matemático americano Edward Kasner, para designar o número representado por 1 seguido de 100 zeros.
Por ignorância, porém, o empresário que faria o pagamento escreveu “Google”. Os estudantes gostaram.
Uma referência à origem do nome ainda pode ser vista no rodapé do site, em que o marcador de páginas de resultados é representado por um "G" seguido de vários “o”.

Páscoa faz Cacau Show ser a mais citada na rede

As outras marcas mais mencionadas foram Nestlé (12,2%), Garoto (8,2%) e Kopenhagen (7,0%)

Entre os dias 5 e 10 de abril, a MITI Inteligência capturou mais de 7.200 interações em mídias sociais sobre 16 marcas de chocolates. Cacau Show foi a mais citada, com 35,8% dos posts, principalmente por conta das promoções que realiza no Twitter. A Ferrero ficou em segundo lugar, sendo mencionada em 22,9% das citações capturadas.
Em seguida, as marcas mais mencionadas foram Nestlé (12,2%), Garoto (8,2%) e Kopenhagen (7,0%). Foram monitorados ainda Icab, Arcor, Brasil Cacau, Guylian, Herald, Hersheys, Lacta, Lindt, Lugano, Neugebauer e Valrhona. Interações sobre essas empresas não passaram de 3,5%.
Na mídia on-line, a três marcas que lideram as menções em notícias são Garoto, Cacau Show e Nestlé. Foram 366 notícias no mesmo período, principalmente sobre o levantamento de preços feito pelo Procon. Entre as citações na imprensa, a Lacta ficou no quarto lugar, com mais repercussão do que nas mídias sociais.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Marcas aumentam verba para mídias sociais

Entre as que mais deram atenção a ambientes digitais estão Old Spice, Pepsi, Starbucks e Ford

São Paulo - Os investimentos em mídia social devem experimentar um salto expressivo este ano. Estudo realizado mundialmente pela Effie Worldwide e o Mashable aponta que 70% das grandes marcas pretendem ampliar a verba em ferramentas sociais em mais de 10%.
Segundo o site especializado, um grupo de executivos de agências ligados a anunciantes como Bank Of America, Colgate-Palmolive e Mini Cooper diz que o objetivo publicitário principal é focar investimentos no Facebook.
As previsões são otimistas: eles pretendem equiparar o montante investido nas mídias sociais (11,9%) com o que vai para a TV (13%). Se isso acontecer o salto será grande, pois, no ano passado, a TV recebeu verba de US$ 68,7 bilhões frente aos US$ 26 bilhões da internet.
Entre as marcas que mais trabalharam para se solidificar nos ambientes digitais estão Old Spice (escolhido por 15%), Pepsi (8%), Starbucks (7%) e Ford (6%).
A mesma enquete revela que 87% dos executivos consideram que a comunicação via redes sociais foi "importante" ou "muito importante" para atingir as metas anuais.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Social marketing é a bola da vez

Conceito envolve um mercado conduzido por pessoas, e não mais pelas marcas

Bruno Mello, do
  • Estratégia
  • 20/04/2011 10:30
Rio de Janeiro - Estamos na década do social marketing, sentenciou Silvio Meira, pesquisador, professor titular do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco e consultor especializado em estratégias de inovação dos maiores respeitados no Brasil, durante a terceira edição do Fórum Inovação, Tecnologia e Marketing, realizado na última semana em São Paulo pela Arizona.
A era do social marketing envolve um mercado conduzido por pessoas, e não mais pelas marcas. Pessoas estas que desejam relacionamento e conversa com outras pessoas, não com empresas. Um público que virou canal de informação e se organizou em comunidades virtuais.
Por isso, para as organizações, a era da mobilidade, com o mundo nas mãos do consumidor, dará lugar a era da programabilidade, uma vez que os meios digitais são passíveis de gerar negócio por meio da construção de plataformas interativas e de sistemas empresariais que dão excelência a operação.
Os consumidores, organizados em comunidades sobre temas variados, mas de interesse em comum e até sobre marcas, desejam interatividade com as empresas desde que elas se humanizem e estejam dispostas a resolverem os seus problemas.
O social marketing é um marketing mais matemático, desenvolvido a partir da avalanche de dados que existe no mundo de hoje, apontou Suresh Vittal, vice-presidente da Forrester, empresa mundial de pesquisas e tendências com foco em marketing.
A partir de agora, deve-se criar um departamento de marketing mais voltado para a tecnologia da informação com o objetivo de integrar os processos de marketing a fim de melhorá-los e mensurá-los.

De acordo com Romek Jansen, sócio da consultoria MRMLogiq, que auxilia empresas a otimizar operações de marketing, até 40% das iniciativas não servem a estratégia da companhia. Como resultado, em muitos países o ciclo de vida de um produto não superar os seis meses.
Mudanças de paradigma
Segundo as premissas do social marketing, o marketing eficiente não é mais aquele que “empurra” o produto e a comunicação. O marketing de hoje é o que “puxa” as pessoas ao produto e que dialoga com eles.
“O consumidor não toma uma decisão de compra de forma linear”, afirma Suresh Vittal. Por isso, é preciso criar uma imagem consistente da marca e os sistemas devem estar integrados. A realidade, no entanto, é que muitos projetos de CRM, ERP e Bi nas empresas simplesmente não conversam entre si.
Isso significa ainda mais complexidade e não simplifica a gestão. É preciso redesenhar os processos. “Com isso economizaremos verba de marketing. Se gastamos menos com a operação, podemos gastar mais com mídia”, diz Romek Jansen. É possível ainda estar presente nos múltiplos pontos de contato existentes com o consumidor hoje em dia com o objetivo de engajá-lo, outra premissa importante do social marketing.
A história da marca deve engajar o consumidor. As empresas devem conversar com as pessoas que desejam que comprem seus produtos. “Elas devem pensar em como podem ajudar o consumidor”, explica Michael Moon, CEO da Gistics, especialista em inovação nas mídias sociais. “É preciso engajar as pessoas antes de elas virarem consumidoras”.
O modelo para gerar engajamento, de acordo com Barry Stamos, líder global de estratégias em mídias emergentes e um dos diretores da Acxiom, consultoria global de soluções em marketing, é simples: conhecer o seu consumidor e personalizar a conversa com ele.
Mesmo o social marketing estando intimamente ligado aos dados e a sistemas de informações, dificilmente os problemas operacionais serão resolvidos no ambiente digital. “O problema é que a verba de social está com o marketing, que coloca e delega esta tarefa às agências”, constata Silvio Meira.
“A marca tem que ser verdadeira e fazer uma gestão social dentro da empresa toda. E isso começa com os funcionários. Só teremos clientes satisfeitos se tivermos colaboradores satisfeitos”, ressalta.

História da NIKE

Nike

Fundada em 1972 pelo treinador de atletismo universitário Bill Bowerman e seu sócio, Phil Knight, a Nike tem o nome inspirado na deusa da vitória, Nice (Niké).
Segundo a mitologia grega, Nice era capaz de correr e voar em grandes velocidades. Apropriadíssimo para uma marca nascente, que chegava para concorrer com a alemã Adidas, sua principal rival até hoje.
Inicialmente uma linha da marca Swoosh, segundo nome adotado pela empresa de Bowerman e Knight - o primeiro foi Blue Ribon Sports -, a Nike tem um dos símbolos gráficos mais originais e sintéticos do mercado.
Semelhante a uma asa em referência à deusa Nice, o logotipo foi criado pelo jovem estudante de design gráfico Carolyn Davidson em 1971, e vendido por apenas 35 dólares à empresa. A marca vale hoje 13,706 bilhões de dólares.

Em busca do estoque perdido

Repensar distribuição 20/04/2011
 


Imagine a seguinte situação: você está reformando seu imóvel, em uma grande capital, e precisa comprar um complemento de pastilhas para finalizar os banheiros. Você retorna ao home center onde realizou a primeira compra, mas a cor da pastilha necessária não está mais disponível. Como um Indiana Jones, consegue localizar um atendente, que consulta um sistema veloz como um jabuti e confirma que, realmente, o estoque daquele item, naquela filial, está zerado. Você insiste, o atendente rola a tela, e informa que a filial da zona norte, distante cerca de 25km, possui 800 peças daquele item em estoque. Você não consegue conter sua indignação: como pode ocorrer um desequilíbrio tão grande entre os estoques das lojas? O atendente explica que isso é muito comum de acontecer, pois cada loja administra o seu estoque. Imagine que essa situação tenha ocorrido em uma das maiores redes de home centers do Brasil.

Essa situação não foi hipotética. Aconteceu comigo, nesta semana. Mais uma vez, senti na pele os efeitos de algo que temos insistentemente alertado aos varejistas: falhas na gestão de estoques. Nessa situação, meu papel era de consumidor, não de consultor de varejo. Obviamente minha experiência permitiria traduzir essa frustração em oportunidade de negócio, propondo um projeto de consultoria para que essa rede não mais frustrasse os seus clientes e/ou perdesse faturamento. Mas como a minha necessidade era finalizar rapidamente a minha obra, cruzei a cidade em busca do estoque perdido.

Em se tratando de produtos de ciclo de vida mais longo, como ocorre nos hipermercados, materiais de construção, livrarias e eletroeletrônicos, por exemplo, é inconcebível que ocorram desequilíbrios como acima relatado. Não foi somente a falta de determinado item em uma filial, tecnicamente chamado de ruptura: foi também o aparente excesso desse mesmo item em outra filial. Nessas situações, os produtos podem ser repostos em função do seu desempenho de vendas, por meio de algoritmos relativamente simples, que tratam de estoques mínimos capazes de suportar históricos de demanda. Tecnicamente, é a determinação do nível de serviço que será prestado ao cliente. Todos sabem que é financeiramente inviável manter 100% de nível de serviço. Mas é perfeitamente possível, além de altamente recomendável, que sejam avaliadas as características específicas dos diferentes grupos de produtos para definir o nível de serviço adequado em função do papel que cada um desempenha na loja.

Em grandes redes de materiais de construção, por exemplo, é comum parte do estoque de determinados itens ficar centralizada em depósitos regionais, para entrega direta ao consumidor final. Outra parte fica distribuída nas diversas lojas da rede. Estabelecer o gatilho que dispara antecipadamente o reabastecimento da filial, e mesmo o reabastecimento total da empresa (emissão de pedido de compra), é algo que requer ciência. Os desequilíbrios de estoques entre as filiais podem ser a face menos visível de ineficiências na gestão, pois, ironicamente, o estoque consolidado da empresa pode parecer adequado: a falta em uma loja fica compensada pelo excesso em outra, num jogo de soma zero.

Nos hipermercados, os principais fornecedores frequentemente desempenham esse papel, deixando, por vezes, o varejista “mal acostumado”. No pequeno varejo, por vezes os atacadistas possuem históricos de vendas mais consistentes que o próprio varejista. Advogamos que essa inteligência deve ficar no varejo, e não na indústria ou nos distribuidores. Até porque, se determinado produto faltar na loja, a imagem que fica arranhada é a do varejista, mesmo que a falha de abastecimento tenha sido da indústria. Além disso, aprimorar tecnicamente as equipes de compras e planejamento é algo que as empresas de varejo precisam fazer continuamente para preservar sua competência e independência na gestão dos estoques.

Entretanto, não se pode perder de vista o principal ator de todo esse cenário: o consumidor. Trazer essa perspectiva para a gestão de estoques é um dos maiores desafios das empresas de varejo, que tendem a preservar uma visão excessivamente técnica dos produtos comercializados. Construir uma estrutura mercadológica adequada, definindo o papel que as categorias desempenham sob a ótica do consumidor, é o início mais promissor para esse processo. Como ouvi certa vez, ainda criança, de forma irritantemente óbvia: “meu filho, em uma padaria pode faltar de tudo, menos pão e leite”.


Ivan Correa (ivan@gsmd.com.br), sócio-diretor da GS&MD – Gouvêa de Souza

Curso Técnicas de Vendas na CDL - Vespaziano e SJ da Lapa

Encerramos, neste sábado, 16/04/2011, com absoluto sucesso, mais um curso sobre "Técnicas de Vendas", para empresários e colaboradores de empresas associadas à CDL - Vespaziano/São José da Lapa.
A Fleury Furtado Gestão e Marketing Ltda., congratula os participantes e à CDL, pela iniciativa, desejando a todos muito sucesso nas vendas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Protesto nas redes sociais tira de circulação coleção de peles da Arezzo

Coleção Pelemania colocou a Arezzo entre trend topics do Twitter; empresa comunicou retirada das peças de pele após protestos

  • Imagem
  • 18/04/2011 21:29
São Paulo - "A Arezzo entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios. (...) E, por respeito aos consumidores contrários ao uso desses materiais, estamos recolhendo em todas as nossas lojas do Brasil as peças com pele exótica em sua composição, mantendo somente as peças com peles sintéticas."
Foi com esse texto, publicado em seu site, que a grife de bolsas e sapatos Arezzo anunciou o fim da Pelemania, coleção baseada em peles de animais. Ecologicamente incorreta, a coleção se tornou alvo de críticas ferrenhas nas redes sociais, especialmente no Twitter, onde chegou a emplacar dois tópicos entre os mais comentados pelos usuários de microblogs.
No comunicado oficial, a grife procura tirar o corpo fora da polêmica, alegando que suas peças seguem todas as formalidades legais e que não entende como sua responsabilidade “o debate de uma causa tão ampla e controversa”. No site da marca, já não é possível encontrar nenhuma referência à coleção, apenas a produtos de pele sintética.
As hashtags #arezzo e #pelemania estiveram entre as mais comentadas durante todo o dia. A grande maioria dos comentários era de tipo negativo e questionava a postura ecologicamente incorreta da empresa. “Casacos de pele em pleno século XXI, no auge da sustentabilidade. Muito estratégico”, ironizou um usuário. Mesmo após a Arezzo ter anunciado que retiraria das lojas os produtos, os internautas continuam questionando a postura da empresa. “A #arezzo tirou a #pelemania de circulação, mas os animais continuam mortos”, afirmou um deles. Outro chegou a questionar a estratégia de divulgação da marca: “Só eu que acho que a campanha #pelemania da @arezzo_ foi de propósito? Baita sacada de marketing”, disse.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Redes sociais são tendência para carreira de publicidade e marketing

São Paulo – As companhias entraram de vez nas redes sociais - e levaram junto as campanhas publicitárias. Como consequência, cresce a demanda por profissionais de publicidade e marketing totalmente sintonizados à onda das novas mídias.
No entanto, saber tudo sobre Twitter e Facebook é essencial, porém não é suficiente.
O novo cenário pede pessoas que "sejam uma mistura de relações públicas, psicólogo, jornalista e publicitário, mas que também tenham conhecimentos matemáticos, já que tudo pode ser medido em tempo real", diz Gil Giardelli, professor de marketing digital da pós-graduação da ESPM.
A formação tem que ir além. Para seguir a lógica e o ritmo dessa era,  o profissional precisa ter conhecimentos de edição de vídeo e fotografia para criar soluções em tempo real. Fato que requer rapidez e muita criatividade.
Junte-se a isso as habilidades típicas de quem trabalha no meio offline, como entender profundamente o mercado e os negócios do cliente, além do comportamento do público-alvo na internet.
"O grande desafio hoje é equilibrar as campanhas em todas as mídias", diz o professor. Ganha pontos quem tiver a resposta e a estratégia ideal para essa convergência.

Brasil: crescente importância global

18/04/2011 Momentum
 
Na semana passada, foi anunciado que a operação do Carrefour no Brasil tornou-se a segunda maior, entre os mais de 40 países nos quais o segundo maior varejista do mundo opera.

A empresa é a mais global no setor de alimentos, considerando o número de países em que está presente, e opera no Brasil desde a década de 70, quando introduziu no país o conceito de hipermercados. Durante muito tempo alternou o primeiro e segundo lugar no ranking de varejistas, sendo finalmente superado pelo Grupo Pão de Açúcar, que nos últimos anos se distanciou ainda mais, por conta da aceleração de sua expansão orgânica e pela aquisição e fusão, especialmente importantes, do Ponto Frio e com a Casas Bahia.

A evolução da participação da operação brasileira no grupo Carrefour, superando a posição anteriormente ocupada pela Espanha, é resultado da expansão das operações locais no Brasil; da incorporação dos negócios do Atacadão; e, também e muito particularmente, pela retração que ocorre nos mercados europeus, por conta do cenário econômico e de consumo menos positivo. Os quatro países que detêm as maiores participações nas vendas do Carrefour na Europa (França, Espanha, Itália e Bélgica), foram, todos, particularmente afetados pelo quadro econômico.

Se forem consideradas as perspectivas nos próximos anos, a distância que separa a operação brasileira da francesa, o maior mercado para a rede, só tenderá a reduzir-se nos próximos anos, pela continuidade do crescimento da operação no Brasil e a menor, ou quase inexistente, expansão dos negócios na França. Mas ainda está muito distante o momento em que, em termos de tamanho de negócio, a operação brasileira poderá rivalizar com a francesa.

Essa crescente importância da operação brasileira na comparação com outros mercados globais não é um privilégio do Carrefour. Ela tem se repetido para um número crescente de varejistas globais em todos os segmentos, sendo particularmente verdadeira no varejo massificado de alimentos com o Walmart; no setor de vestuário com a C&A; no setor de material de construção com a Leroy Merlin, do grupo Adeo, e a Telhanorte, do Grupo Saint-Gobain; no de food service, com Mc Donald’s, Pizza Hut, KFC e Subway; nos shopping centers, com investimentos de desenvolvedores internacionais; e também no segmento luxo, em que marcas como Louis Vuitton, Prada, Tiffany’s e outras, têm suas operações no Brasil crescendo de importância e já se encontrando entre as mais relevantes mundialmente.

Tudo como uma simples consequência da expansão dos negócios no varejo como reflexo da expansão econômica, com o crescimento do consumo pelo aumento da renda e do emprego; associados à maior formalização do mercado para contribuir para o redesenho da geografia e a da estrutura do mercado. Nesse cenário, os maiores grupos formais podem crescer mais rapidamente e de forma consistente, fazendo valer os diferenciais competitivos nos quais muito investiram, nas áreas de tecnologia, logística, distribuição, operação e gestão de pessoas.

Como resultado, o varejo brasileiro deu um salto quântico em sua maioridade empresarial, através da maior profissionalização da gestão; dos maiores investimentos em áreas estratégicas, particularmente em Recursos Humanos, Canais, Lojas e Tecnologia; e, por conta da estabilidade econômica e política, além da redução da informalidade, pode pensar em um prazo mais longo, viabilizando o crescimento dos negócios e a participação do mercado brasileiro no conjunto das operações das redes globais que estão por aqui.

Apenas no setor de farmácias e nas lojas de departamentos tradicionais essa realidade não ocorre. No setor de farmácias, pela pulverização e características do mercado, dominado por operações independentes e com nenhuma marca internacional com presença relevante, os cinco maiores players têm uma pequena, porém crescente, participação de mercado. E no de lojas de departamentos tradicionais, aquelas de grande porte e superfície que vendem praticamente de tudo, que estão em fase de declínio como formato de varejo no mercado internacional, pouca ou nenhuma relevância têm no mercado brasileiro, depois que o setor se reinventou por aqui através da Renner, Riachuelo e Marisa, com lojas mais compactas e orientadas exclusivamente para moda.

Nos próximos cinco ou dez anos, vamos ainda assistir ao crescimento da importância do Brasil nos mais diversos setores, e com um aumento da presença internacional no varejo brasileiro, consequência irreversível do maior interesse pelo tamanho e ampliação do mercado e das perspectivas de continuidade de seu amadurecimento. Não está distante o momento em que varejistas brasileiros começarão a investir mais fortemente no varejo internacional, em especial no mercado latino-americano, invertendo a direção da tendência. Um fato quase natural num futuro próximo.


Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza

sábado, 16 de abril de 2011

Pesquisa detalha mapa do marketing digital

Cerca de 66% das empresas estão presentes com ações de marketing nas redes sociais

  • Tendências
  • 15/04/2011 17:49
São Paulo - Levantamento da Pesquisa Marketing Visão 360º, realizada pelo Mundo do Marketing em parceria com a TNS Research International, aponta que 90% das empresas no país realizam algum tipo de ação de marketing digital.
E-mail marketing lidera o ranking, é a ação mais realizada pelas empresas, presente em 80% delas, seguido por redes sociais com 67%, Links Patrocinados com 53% e anúncios em sites segmentados, com 45%.
A edição 2010 da pesquisa entrevistou 372 profissionais das áreas de marketing e planejamento de empresas nacionais e multinacionais dos setores de serviços, varejo, agência de publicidade, bens de consumo, consultorias, agência digital e bens duráveis. 85% dessas empresas são brasileiras e 54% são de pequeno porte.
Para Walter Sabini Junior, CEO da VIRID Interatividade Digital, empresa especializada em envio e gestão de email marketing, a pesquisa reitera a notoriedade do email marketing no planejamento de marketing das companhias.
“Trabalhamos com email marketing desde 2006 e pudemos acompanhar toda a evolução desse canal, enfatizando a importância das boas práticas e da relevância de conteúdo. Formamos empresas em relação ao aculturamento no bom relacionamento digital que deve existir e o email marketing caminha rumo à consolidação. A pesquisa foi fiel a um objetivo que buscávamos e comprova a efetividade das ações digitais por esse meio”, explica Sabini.

“O e-mail marketing continua sendo a ferramenta mais importante dentro do marketing digital, mesmo com todo o potencial das estratégias SEO e SEM e de mídias sociais. É uma ação certa de que o usuário irá receber a propaganda, e ao menos passar o olho por ela. Pode ser que algo interesse momentaneamente, ou que lhe venha à memória algum tempo mais tarde”, afirma Bruno Mello, editor executivo do Mundo do Marketing.
As redes sociais, SEM e SEO
Cerca de 66% das empresas estão presentes com ações de marketing nas redes sociais. 92% delas utilizam o Twitter, 69% estão presentes no Facebook e 58% no Orkut. Além disso, da parcela das empresas que não utilizam as redes sociais, 64% entrarão a partir de 2011.
“As ações interativas ganham cada vez mais importância nas estratégias digitais das empresas, uma vez que notamos grande parte delas investindo em ações nas redes sociais. Como o brasileiro utiliza muito as redes sociais, é um caminho natural para as empresas. As redes sociais estão sendo usadas não apenas como plataforma para realização das ações, mas também para monitorar o que está sendo falado na rede sobre as marcas”, completa Bruno Mello.
No campo da otimização em buscadores, as ações de marketing consideradas mais efetivas são as campanhas SEM (Search Engine Marketing) com 51%, seguidas por SEO (Search Engine Optimization) com 47% e Links Patrocinados, com 39%.
O futuro do mobile marketing
As ações de mobile marketing prometem ganhar mercado em 2011. Em fase de desenvolvimento, somente 22% das empresas realizaram alguma ação em 2010. Porém, a expectativa é que 54% das empresas devam usar a ferramenta esse ano.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

PayPal Brasil tem 2,5 milhões de usuários

PayPal Brasil tem 2,5 milhões de usuários e deve movimentar 2 bilhões de dólares em 2011


O mercado de pagamento digital feito em dispositivos móveis (especialmente celulares) por meio da ferramenta PayPal, do grupo eBay, será de 2 bilhões de dólares, três vezes maior do que no ano passado, quando estreou no país.
O CEO do eBay, John Donahoe está no país para conversas com bancos, pequenos varejistas, empreendedores e a equipe de 20 funcionários no país, porque identificou que a taxa de o crescimento do comércio eletrônico no país, de 40%, é a mais alta do mundo. “O Brasil tem o quinto maior mercado de ecommerce e, associado ao rápido crescimento, faz com que seja a nossa prioridade número um”, diz.
No ano passado, o PayPal no Brasil tinha 1,5 milhões de clientes no país e movimentou 750 milhões de dólares. Até abril deste ano, o número de clientes saltou para 2,5 milhões (entre eles 200 mil pequenos varejistas oferecem o PayPal como meio de pagamento). Se a meta for atingida, o número será igual ao valor movimentado pelo eBay no mundo no ano passado.
Donahoe está animado com a operação no Brasil. “A responsabilidade de Mario Mello, o nosso presidente e o maior investimento que fizemos para começar a operação no país, é mostrar aos clientes brasileiros como é fácil e seguro usar o PayPal”, diz. A expectativa é que a equipe da empresa localmente cresça para 100 funcionários até o final do ano.
Para isso, Mello está trabalhando para oferecer o pagamento digital associado a contas correntes no país. Atualmente, o pagamento é feito com as bandeiras de cartão de crédito Visa e, há poucos dias, com Mastercard.
Outra frente de negócios de destaque para Donahoe é o pagamento por meio do celular. Durante uma demonstração, o executivo adquiriu uma camiseta de time de futebol brasileiro de um vendedor do Rio de Janeiro via eBay, com apenas três cliques. “E a entrega será feita no meu endereço lá nos Estados Unidos”, diz. Exemplos como esse devem ser cada vez mais comuns, inclusive para compra de itens adquiridos instantaneamente, como um café. “Em 12 ou 18 meses teremos finalmente mais casos de pagamento pelo celular, em grandes e pequenos varejistas de todo o mundo e não só exemplos pontuais como em Tóquio ou nas Filipinas”, diz.
No Brasil, os testes ainda estão direcionados a itens virtuais. Com a operadora de telefonia Vivo, o PayPal está desenvolvendo um sistema para a compra de créditos pelo telefone, inclusive os modelos GSM, mais comuns no país.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Apple já prepara primeiros iPad nacionais

A Foxconn, que deverá fabricar o iPad no Brasil, já teria despachado, da China, os componentes para iniciar a montagem do tablet no país

Vinicius Aguiari, de
São Paulo — A tão comentada fábrica da Apple no Brasil parece estar cada dia mais próxima de virar realidade. Segundo o jornal Folha de S. Paulo noticiou no último sábado, dia 9, contêineres contendo componentes para a fabricação do iPad já deixaram a Ásia em direção ao Brasil. A viagem deve durar cerca de dois meses, período necessário para que o governo oficialize as políticas de incentivo à Foxconn, que fabrica o iPad na China e deverá produzi-lo também no Brasil.
Inicialmente, caso os tablets sejam classificados como computadores, como planeja o ministro das comunicações, Paulo Bernardo, eles contariam com redução de 9,25% referente ao PIS e ao Cofins. Além disso, outros incentivos estaduais podem ser ofertados para atrair a fábrica.Inicialmente, os iPads seriam fabricados na cidade de Jundiaí, na fábrica da Foxconn, que já produz produtos para a Sony e HP.
No fim de março, o secretário de desenvolvimento econômico da cidade, Ari Castro Nunes Filho, chegou a afirmar que a empresa teria encomendado estudos sobre a instalação da linha para fabricar produtos da Apple. Por outro lado, Izabel Lorenzetti, prefeita de Lençóis Paulista, chegou a declarar que a cidade também estaria sendo considerada para a instalação da fábrica de produtos Apple.
Um estudo da Apple teria apontado que existe, no Brasil, demanda de cerca de 5.000 iPads por mês, um volume relativamente pequeno. Combinados os incentivos fiscais e a redução nos custos com logística, a expectativa é que o preço do produto caia em até 40% com a fabricação no Brasil. A Apple não se pronuncia sobre o assunto.

Quer um bom trabalho?

Sem capacitação não há solução. Leiam reportagem na seção "TRABALHO" do jornal Estado de minas deste domingo (10/04/2011) e na matéria de capa da Revista EXAME (06/04/2011).


José Luciano S. Furtado

sábado, 9 de abril de 2011

Comida Com Nota - Revista Época

01/04/2011 20:23 - Comida com nota
 
Um sistema de pontuação simples, que varia de 1 a 100, ajuda a escolher alimentos saudáveis sem decifrar rótulos. É o fim das dúvidas na gôndola?
 
Francine Lima
 

AP

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SIMPLES
Um consumidor tira dúvida sobre o sistema de pontos num supermercado em Connecticut, nos Estados Unidos. Acima, um exemplo de nota: 28
A dona de casa Rute Gulinelli, de 70 anos, está fazendo compras no supermercado Futurama de Pinheiros, bairro de São Paulo, na manhã da sexta-feira. Magra e energética, ela está na seção de massas, em busca de um macarrão que tenha “consistência gostosa”. Diz que, de uns anos para cá, tem estado atenta à qualidade da comida e comprado alimentos que considera mais saudáveis. Procura, inclusive, influenciar para melhor a alimentação dos três netos. Rute lê os rótulos dos produtos nas prateleiras do supermercado? Sim. Ela está preocuda com os teores de sódio e gordura dos itens, mas, frequentemente, tem dúvidas sobre a composição dos temperos e de outros alimentos. “Eu, que observo, me engano e tenho dúvidas”, diz ela. “Imagina quem compra sem olhar.”
Para tornar a vida de consumidores como Rute mais fácil e permitir que outros que não têm paciência para ler rótulos se informem de alguma forma, com rapidez, pesquisadores da Universidade Yale criaram um sistema de pontuação chamado NuVal, que fornece uma nota única para cada alimento – desde frutas e hortaliças in natura até os produtos processados. Basta olhar o número que está ao lado do preço na prateleira e escolher os alimentos com maior nota, numa escala de 1 a 100. Quanto mais perto de 100, mais saudável. Quem não tem preocupações de saúde específicas – como pressão alta e colesterol elevado, que exigem dietas especiais – nem precisa ler o rótulo das embalagens. Bate o olho e escolhe.
As primeiras etiquetas com a logomarca NuVal começaram a aparecer nas lojas do centro-oeste dos Estados Unidos em janeiro de 2009 e, desde então, a ideia se espalhou rapidamente. A NuVal LLC, empresa criada para impulsionar a nova ideia no varejo, já tem como clientes mais de 1.000 supermercados em 23 Estados americanos – além de um grupo de escolas e uma seguradora de saúde que orienta pessoas com restrições alimentares por telefone. Noventa mil produtos já foram analisados e receberam nota. “Queremos transformar o NuVal no sistema universal de avaliação dos alimentos para escolhas saudáveis”, diz Annete Maggi, diretora da empresa.
Para tornar a vida do consumidor mais simples, os nutricionistas do NuVal fazem contas complicadas. Os nutrientes presentes em cada alimento são separados em duas categorias. Vitaminas, minerais, fibras, bioflavonoides, carotenoides e outras substâncias benéficas para a saúde entram na categoria de nutrientes numeradores, os nutrientes do bem. Eles aumentarão a nota do alimento sempre que estiverem presentes em quantidades satisfatórias. Gordura saturada, gordura trans, açúcar, sódio e colesterol entram na categoria de nutrientes denominadores, que levam as notas para baixo. A essas informações são adicionadas a qualidade das proteínas e das gorduras do alimento, sua densidade energética (ou quantas calorias estão contidas em cada 100 gramas) e a carga glicêmica (que tem a ver com o tipo de carboidrato e com sua influência sobre o peso corporal). Aditivos químicos e agrotóxicos não são levados em conta. Esses dados são colocados numa fórmula (um algoritmo) que é processada no computador. De acordo com essa equação, só merecem nota máxima as frutas e os vegetais com grande quantidade de vitaminas, minerais, fibras e água. Os brócolis e o mirtilo, conhecidos por suas propriedades protetoras contra o câncer, estão no topo do ranking, com nota 100. Entre os perdedores estão os refrigeran-tes (nota 1), as bolachas tipo cracker (nota 2) e o chocolate ao leite (nota 3). Eles têm muitas calorias, gorduras de má qualidade, excesso de açúcar e sódio e pouquíssimos nutrientes. No grupo com notas intermediárias estão os peixes e frutos do mar (entre 50 e 90), as carnes vermelhas (abaixo de 50), os laticínios, cuja nota varia conforme o teor de gordura e outras variáveis. O objetivo das notas é ajudar o consumidor a escolher o melhor produto em cada categoria. No caso dos biscoitos, por exemplo, a maior nota possível será 40. Por mais fibras e menos sódio que contenham, serão sempre muito industrializados e calóricos. Mas, entre um biscoito de nota 35 e um biscoito de nota 1, o de 35 é uma escolha melhor.
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INFOGRÁFICO
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Na lógica do sistema NuVal, quanto mais processado é o alimento, menor tende a ser sua nota. “O NuVal permite perceber a diferença entre uma maçã, um suco de maçã e um molho de maçã”, diz Annete Maggi. A explicação é simples: a fruta inteira tem todas as fibras que ela pode ter, baixa densidade energética e vitaminas. Quando você processa, começa a retirar essas fibras, eliminar a água e concentrar os carboidratos. “Isso muda dramaticamente o perfil energético do alimento”, diz Annete. Os resultados, expostos na tabela abaixo, são muitas vezes surpreendentes. O macarrão, por exemplo, tem nota melhor do que vários outros alimentos que parecem mais saudáveis: carne fresca, leite com 2% de gordura, pão de linhaça e arroz branco, que nem sequer é industrializado. A tabela sugere um jeito novo de olhar para a alimentação. O que os nutricionistas acham disso?
Eles disseram a ÉPOCA que gostam da orientação simples e direta para os consumidores, como o sistema NuVal, sobretudo se for usada para estimular o consumo de mais alimentos naturais em detrimento dos processados. Mas enfatizam que, sozinha, ela não vai resolver as questões alimentares – e pode até empurrar as pessoas na direção errada. “Se elas pensarem somente no valor nutricional de cada alimento e se esquecerem de como vão compor a dieta inteira, correm o risco de fazer uma alimentação não saudável com alimentos saudáveis”, diz Fabio Gomes, do Instituto Nacional do Câncer, do Rio de Janeiro. Ou, o que é mais provável, podem misturar alimentos saudáveis com outros, de baixa qualidade, anulando o efeito positivo. Um exemplo é um macarrão multigrãos que tem nota NuVal 91. Sozinho, ele parece ótimo. Mas com que molho será comido? Se tiver queijos ou calabresa, a nota cairá, e com ela a qualidade da refeição.
“Sempre vejo com bons olhos as ideias para melhorar a informação ao consumidor”, diz Renata Monteiro, professora do departamento de nutrição da Universidade de Brasília. Há dez anos, ela participou de uma pesquisa feita em supermercados da cidade que mostrou que apenas 17% dos consumidores liam rótulos para comparar produtos. Poucos usavam essas informações para tomar decisões de compra. Neste ano, uma nova pesquisa vai verificar se esse quadro mudou. Renata prevê que a mudança não será grande. “De lá para cá, não houve medidas significativas para melhorar o entendimento do consumidor”, diz. “A preocupação com a saúde aumentou, mas não o entendimento.” Quem procurou orientar as escolhas dos consumidores nos últimos anos foi a própria indústria. Ela criou selos como o Minha Escolha, dados a produtos com redução de nutrientes que fazem mal quando em excesso, como o sódio e o açúcar.
A NuVal LLC, que detém os direitos da pontuação americana de alimentos, ainda não tem planos de levar o sistema para fora dos Estados Unidos. Os grandes supermercados brasileiros, procurados por ÉPOCA, desconhecem a novidade e não quiseram falar sobre o assunto. Ana Fanelli, nutricionista da Casa Santa Luzia, um dos varejistas de alimentos mais tradicionais de São Paulo, não gostou da ideia. “Quem vai pagar a conta para implantar essa tecnologia de avaliação por aqui?”, diz ela. “Seria melhor investir em educação, para que as pes-soas entendam as informações nutricionais do rótulo.”
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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Software online detecta falhas em currículo

Programadores criam algoritmo que analisa eficiência de um currículo; serviço online é gratuito

Talita Abrantes, de São Paulo – Você já pensou duas vezes antes de encaminhar um e-mail para um recrutador? Seja pela possibilidade de cometer um dos erros fatais – sem perceber – ou não ter elaborado um currículo realmente convincente, a hesitação, às vezes, impera.
A empresa americana RezScore promete colocar um ponto final nesse frio na barriga. Gerrit Hall, CEO da companhia, criou um sistema capaz de analisar automaticamente as palavras e o formato do currículo para avaliar sua eficácia.
Para usar o aplicativo, disponível online, basta fazer o upload do seu currículo (em inglês) e clicar em “Get your RezScore”.
No minuto seguinte, o site fornece notas para seu currículo em itens como objetividade, impacto e profundidade. Além disso, o sistema lista as palavras mais fortes usadas do documento bem como algumas dicas para melhorá-lo. Confira:
Reprodução
Reprodução site RezScore
 
Tecnologia
Por trás desse sistema, está um algoritmo que combina uma série de recomendações de especialistas em recrutamento e diretores de RH sobre currículos com cálculos sobre com análises estatísticas e processamento de linguagem.

A análise automática do currículo é gratuita.
A empresa também oferece um pacote de “reconstrução” do currículo que prevê correção gramatical, escolha de palavras mais fortes e melhoria do formato. O custo é de 49,95 dólares e o novo currículo é entregue em até três dias úteis.
Uma versão mais robusta desse pacote sai por até 99,95 dólares. Nesse caso, o candidato recebe um currículo que segue regras de SEO (para se tornar relevante nos sistemas de busca), além de análise de palavras chave e escolha de termos mais focados em negócios.
Por enquanto, o sistema só é disponível para currículos em inglês.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Loja, onde tudo acontece

01/04/2011Repensar marketing e Estratégia
 
É relevante observar que as empresas de varejo de sucesso, independentemente de seu porte, normalmente possuem forte envolvimento com as lojas e proximidade entre o centro decisório, clientes e colaboradores operacionais.
 
 
O ponto de venda é o principal instrumento de comunicação, relacionamento e tangibilização da marca. A loja é um laboratório permanente e termômetro de comportamento, inspiração e tendências. O contato com colaboradores de linha de frente e clientes é insubstituível para tornar a empresa ágil, inovadora e sintonizada com mudanças de comportamento e demanda.

A indústria de consumo tem desenvolvido canais de venda próprios ou exclusivos para se aproximar do consumidor, testar conceitos, explorar o portfólio, posicionar a marca e criar alternativas de distribuição. A estruturação e o aumento de status de processos de trade marketing; a aplicação de pesquisas com metodologias etnográficas; e o aprofundamento do estudo do shopper (quem está na loja e compra) são alternativas para aproximar-se do ponto de venda e dos consumidores.

Modelos de gestão descentralizados e cultura empresarial que gravitam em torno da loja e do cliente produzem modelos de negócios vencedores.

O Magazine Luiza sempre foi uma empresa de cultura forte, proximidade e comunicação intensa com as lojas. A expansão multirregional, as aquisições e o aumento de escala do negócio tornaram mais difícil o contato com todas as lojas. A empresa possui uma TV corporativa que permite manter um fluxo contínuo de comunicação, interação e motivação entre matriz e lojas. A rede O Boticário, que opera a distribuição por meio de franqueados, também opera um sistema de TV corporativa via satélite, empregado para treinar, informar e envolver as equipes de mais de 3.000 lojas espalhadas em todo o País.

A Zara, principal referência no negócio de moda no mundo, mantém uma estrutura pouco hierarquizada, com forte presença de executivos nas lojas, canais abertos de comunicação entre lojas e retaguarda e um processo sincronizado globalmente, no qual as lojas “pedem” mercadoria duas vezes por semana e alimentam todo o processo de planejamento comercial, de produto, abastecimento e produção.

Portanto, nunca é demais lembrar e reforçar a importância de dedicar tempo e atenção da empresa para vivenciar a loja, interagir com equipes e clientes e construir canais de comunicação que permitam manter o centro decisório próximo do centro nervoso.


Alberto Serrentino (aserrentino@gsmd.com.br), sócio-sênior e diretor da GS&MD - Gouvêa de Souza