segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A reinvenção da loja

A loja deixou de ser apenas um ponto de venda (PDV) para incorporar inúmeros outros papéis no cenário multicanal. Ao sair do espaço físico tradicional ocupado nos shoppings e nas ruas para se virtualizar na internet, nos celulares, na televisão, no cinema ou mesmo em outros destinos, a loja tradicional assume outras funções para continuar sendo destino e oferecer muito mais que produtos e serviços aos consumidores.

Um exemplo marcante é o que a Tesco criou na Coréia do Sul, onde implantou numa estação de metrô uma loja virtual onde os consumidores podem ler com seus celulares os códigos QR dos produtos que estão expostos, obter mais informações, comparar preços e, se interessados, comprar os produtos, que são posteriormente entregues em casa ou no escritório.

Mas esse é apenas um exemplo, talvez mais atual e extremo, das opções que se criaram para que os consumidores comprem onde, quando e como quiserem num cenário no qual a hiperconveniência tornou-se fator crítico e o mais relevante no processo de decisão de onde comprar, como foi mostrado na pesquisa apresentada pela GS&MD – Gouvêa de Souza durante o 14º Fórum de Varejo da América Latina, realizado em São Paulo nos dias 20 e 21 de setembro.

Consumidores modernos, nos mercados mais maduros, têm muito mais alternativas, acesso, informação, variedade, preços, serviços, atendimento e orientação para ajudá-los a comprar. Só não têm mais tempo e, por conta disso, se tornam crescentemente demandantes de mais conveniência para ajudá-los em suas compras. E foi essa demanda que liderou a resposta direta dada por clientes que deixavam lojas de departamentos, eletrodomésticos, farmácias e supermercados no estudo apresentado. Mais do que preço e variedade, a conveniência foi o fator decisivo da escolha, entendida como a facilidade de acesso; a proximidade física; e a possibilidade de entrar, comprar e sair rapidamente.

Esse comportamento é mais presente e determinante em grandes metrópoles de mercados consumidores também maduros, em que o tempo se torna um fator cada vez mais crítico, o que explica por que grandes formatos, como supercenters e hipermercados, têm enfrentado crescentes dificuldades para se reinventarem. Muitos deles se tornaram inconvenientes.

Em mercados emergentes, em especial em países e regiões onde a expansão do consumo é mais recente, como Índia, China, África do Sul ou mesmo regiões brasileiras recém-incorporadas à nova geografia do consumo, a situação é diversa: variedade, promoções e percepção de preços mais baixos são fatores que crescem de importância, e basta uma visita a superlotadas grandes lojas em Mumbai, Xangai ou no Centro-Oeste, Norte ou Nordeste do Brasil para termos a constatação desse fato.

Mas independente de onde se encontre a loja, o PDV tem se reinventado para oferecer mais e competir com alternativas mais convenientes, em especial todas aquelas que são digitais. E assim será à medida que as novas gerações, em especial a Y e a Z, aumentem sua participação no cenário de consumo, incorporando um comportamento multicanal, multitarefa e multifacetado na sua relação com produtos, marcas e serviços.

Mais do que um PDV, a loja se transforma num Ponto de Experiência (PDE), proporcionando emoções e sentimentos que se incorporam aos produtos e serviços, como na Stew Leonard’s ou na Build-A-Bear Workshop. Se transforma também em Ponto de Integração (PDI), quando é o local no qual desenvolvimento, produção, distribuição e comercialização convergem sob controle único, como ocorre com as lojas da Zara, Nike ou Nespresso, ou no Brasil com a Riachuelo.

As lojas também se transformam em Ponto de Aprendizagem (PDA), passando a ser locais onde os consumidores vão comprar, ou receber, ensinamentos sobre produtos, como fazem os supermercados Dominicks nos Estados Unidos, oferecendo cursos pagos sobre vinhos, alimentação saudável e outros; ou como faz a REI, também por lá, oferecendo aulas pagas de práticas esportivas, como montanhismo, escalada e ciclismo, algumas ministradas por seus próprios funcionários.

Igualmente podem se transformar em Pontos de Serviços (PDS), um dos aspectos mais discutidos no evento, ao oferecerem toda uma gama possível de serviços aos clientes, independentes ou integrados aos produtos, aumentando o valor percebido e permitindo maior rentabilidade. Em especial os serviços financeiros e os de conveniência. Hoje estamos no início de um ciclo que vai transformar o varejo. Em vez de vender o purificador de água, oferecer a água pura. Em vez da tinta para pintar, o imóvel pintado com a garantia do varejista. E nesse jogo aumenta o espaço para a ação direta de marcas e fornecedores, oferecendo a solução completa para o consumidor, como a Unilever já ensaia com sua operação piloto no Brasil com os purificadores de água, em ação totalmente diversa de sua tradicional estratégia de atuação.

Com as mudanças de hábitos as lojas também se transformam em Pontos de Consumo (PDC), em especial de alimentos, por conta do crescimento da participação da alimentação fora do lar, fazendo com que muitos super e hipermercados incorporem áreas destinadas ao consumo no próprio local, como o recente projeto Planet do Carrefour, que agora se expande na Europa. Mas não só: o Monoprix na França redesenhou suas lojas a ponto de criar um módulo compacto (Monop) em que a alimentação na própria loja ocupa um espaço ainda maior.

Os exemplos se sucedem, mas todos eles convergem para uma mesma realidade: a loja não é e nunca mais será a mesma concepção pura do passado. Ela avançará cada vez mais como catalisadora de outras oportunidades, demandas e necessidades, como ação para ocupar novos papéis ou como reação ao crescimento do varejo digital.


Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza 26/09/2011

domingo, 25 de setembro de 2011

Gatilho hormonal é disparado no cérebro quando a pessoa crê que algo vai dar errado

"Ó, vida, ó, azar!", queixava-se a hiena Hardy Har Har, no clássico desenho animado, prevendo que as coisas não dariam certo. Agora, uma pesquisa provou que, de alguma forma, Hardy tinha razão. Se um paciente pensa que o tratamento não vai funcionar, ele provavelmente não irá, mesmo com as melhores técnicas ou os mais potentes medicamentos.

Uma antiga crença popular acaba de ganhar comprovação científica. Publicado em fevereiro na revista Science Translational Medicine, um estudo liderado pela Universidade de Oxford, da Grã-Bretanha, com a participação de outras três instituições européias, mostrou que o pensamento negativo pode, sim, ter conseqüências nocivas. Pelo menos quando o assunto é saúde. 

Decididos a desvendar os mistérios do cérebro e a testar se as convicções dos pacientes podem alterar o resultado de um tratamento, os cientistas reuniram 22 voluntários para uma bateria de exames. No laboratório, sem que os envolvidos soubessem, manipularam suas expectativas em relação à dor. Os resultados foram surpreendentes.


Imagine a cena: acomodados em um aparelho de ressonância magnética, com tubos intravenosos nos braços, os participantes foram expostos a uma dor física, provocada por uma fonte de calor. Pela corrente sanguínea, passaram a receber um analgésico potente.

Em determinado momento, ficaram sabendo que o medicamento seria cortado repentinamente. Quando isso aconteceu, os relatos de sofrimento aumentaram vertiginosamente. Nada demais, não fosse um pequeno detalhe: eles continuavam medicados. O mais curioso é que, por meio de imagens da atividade cerebral dos voluntários, os estudiosos confirmaram que eles realmente sentiam o desconforto relatado. Em outras palavras, a certeza de que a situação iria piorar anulou o efeito do remédio.
  
— Isso mostra que os médicos não podem subestimar a influência das expectativas negativas que os pacientes têm sobre o resultado de um tratamento —, declarou a professora Irene Tracey, do Centro de Ressonância Magnética Funcional do Cérebro da Universidade de Oxford, que comandou o trabalho.


Pessimistas

A conclusão também reforça algo que outras pesquisas já vinham apontando. Um levantamento desenvolvido em 2010 pela International Stress Management Association (Isma) revelou que, entre pessimistas inveterados, as chances de desenvolver moléstias — como problemas gástricos, dores musculares, arritmia e taquicardia — são maiores.

— Na ciência, classificamos os pessimistas como pessoas que interpretam as dificuldades como fracassos e sempre esperam o pior. Eles sofrem muito. Acham que o mundo é injusto, são inflexíveis e obsessivos — , destaca a presidente da Isma no Brasil e Ph.D. em psicologia, Ana Maria Rossi.

Não raro, quanto mais pensamentos negativos nutrem, mais pessimistas ficam. Mas o que está por trás disso? O neurologista Pedro Schestatsky diz que a explicação passa por um conjunto de fatores. Em geral, sempre que uma pessoa crê que algo vai dar errado e vive uma situação de estresse, um gatilho hormonal é disparado no cérebro, e substâncias como cortisol e adrenalina são liberadas. É como se o órgão percebesse que há algo ruim por vir e preparasse o corpo para a guerra — mantendo-o em estado de hipervigilância.

Em pessoas saudáveis, essas descargas são comuns e até benéficas. O problema é que, no caso dos pessimistas, passam a ser contínuas. O resultado da cascata hormonal é a diminuição da capacidade de suportar a dor e o enfraquecimento do sistema imunológico, abrindo brechas a doenças. Por essa e por outras razões, Schestatsky comemora o resultado da pesquisa britânica:

— O estudo comprova o quanto é importante o médico conversar com seu paciente, entender o que se passa na cabeça dele e trabalhar isso. Não adianta atendê-lo em cinco minutos e prescrever um remédio sem um vínculo terapêutico. Se a expectativa for ruim, tem tudo para dar errado.

Saiba mais 

Dos versos melancólicos e negativos do poeta inglês Lord Byron à saga de Luis da Silva, protagonista de Angústia, de Graciliano Ramos, os conflitos vividos por homens e mulheres de mal com o mundo perpassam gerações e pululam livros, filmes e programas de TV. Até os fãs dos desenhos animados se acostumaram a rir do velho e choroso bordão "ó, céus, ó, vida, ó, azar", de Hardy Har Har, a impagável hiena criada pelos estúdios Hanna-Barbera. 

A técnica 

Para ajudar pacientes a superarem o negativismo, a psicóloga Ana Maria Rossi costuma ensinar um método simples, desenvolvido na década de 80, chamado de técnica da visualização. Funciona assim:

1. Sempre que você estiver em uma situação que desencadeie algum pensamento negativo, pare o que está fazendo e respire fundo.
2. A idéia é que você "engane" seu cérebro. Em função de fatores neurológicos, ele não diferencia o real do imaginado. Para isso, antes que ele comece a produzir os hormônios relacionados ao pessimismo, substitua o pensamento negativo por um positivo e visualize a cena.
3. Repita o processo sempre que necessário e se programe para agir dessa forma até que passe a ser algo natural.
  
Problema tem solução 

Pessimistas são como peixes presos a uma rede em alto-mar. Não é fácil se libertar da trama e dar um basta aos pensamentos negativos, afirmam os médicos. Mas não é impossível.

— O problema é que quando o pessimista vê uma luz no fim do túnel, acha que é a locomotiva que vem vindo. Ele se alimenta de fatos negativos. É um obsessivo —, diz a psicóloga Ana Maria Rossi.
O neurologista Pedro Schestatsky, coordenador do Comitê de Dor da Sociedade Européia de Neurologia, vai mais longe: muitos desses pacientes, na verdade, têm transtorno de personalidade catastrófica:

— Eles supervalorizam a dor, como aqueles sujeitos que têm uma unha encravada e acham que vão morrer.
Não raro, complementa o psiquiatra Fernando Lejderman, o quadro está associado a depressão ou ansiedade. Dependendo da gravidade dos sintomas, o paciente só supera a situação com terapia e medicamentos.

— É difícil, mas se a pessoa reconhecer o problema, consegue vencer — ressalta Lejderman.
Juliana Bublitz Publicado no Jornal Zero Hora de 29/03/11.

Lucro certo na Belo Horizonte que não dorme

A madrugada da capital representa oportunidades para negócios de várias áreas, de academias a supermercados 

Publicação: Paulo Henrique Lobato - Estado de Minas 24/09/2011 06:00 Atualização: 24/09/2011 00:39

O jovem Gabriel Moreto, de 24 anos, trabalha das 7h às 17h numa construtora de Belo Horizonte. Mal bate o cartão de ponto, ele corre para a faculdade de engenharia civil, de onde só sai por volta das 23h. De lá, segue para a Academia Alta Energia, na Savassi, para aproveitar parte da madrugada para malhar o corpo e relaxar a mente: "É o tempo que tenho para atividade física". Não tão distante dali, no Belvedere, o comerciante Antônio Lucinho, de 43, acostumou-se a fazer compras no Hipermercado Extra depois da meia-noite: "Uma das vantagens é não enfrentar fila no caixa. Outra é fugir do caótico trânsito". Clientes como Gabriel e Antônio, cada vez mais, despertam a atenção de empresários, ávidos pela fatia de lucro oferecida pela madrugada.

O aumento da população de Belo Horizonte - o número de moradores cresceu em 137 mil pessoas entre 2000 e 2010 (2.375.444 homens e mulheres) - e o aumento do poder aquisitivo das famílias vêm estimulando empresas de vários setores a manter as portas abertas 24 horas. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) não tem estatística sobre a fatia do faturamento dos empresários com a venda de produtos e serviços na madrugada, mas especialistas frisam que a estratégia não apenas pode garantir o faturamento de quem aposta no lucro apurado enquanto a maior parte da população dorme como reforça a marca dos empreendimentos junto aos consumidores.

Por tabela se torna um diferencial frente ao concorrente. "As pessoas trabalham cada vez mais e a tendência é que façam algumas atividades no horário de menor movimento. Menor movimento no trânsito de veículos, menor movimento de clientes nas lojas e academias… Eu mesmo já comecei a fazer compras no fim da noite. Isso já é comum em centros como Rio de Janeiro e São Paulo. Em Belo Horizonte, começa a ganhar força", avalia José Luciano Furtado, professor da disciplina comportamento do consumidor da Faculdade de Tecnologia do Comércio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (Fatec Comércio/CDL-BH).

De olho no novo nicho, Flávio Costa, dono da rede de academias Alta Energia, com nove unidades na capital e que planeja investir R$ 5 milhões na abertura de mais quatro endereços, em 2012, aposta na estratégia desde junho. "Temos 12 mil alunos na rede e percebemos que muitos, principalmente o público jovem, precisavam desse horário (flexível). Decidimos que a unidade da Savassi, por ser a mais centralizada, deveria funcionar 24 horas. Já temos, em média, 15 alunos por hora. Até o fim do ano, acreditamos que o número vai dobrar, pois somos a única (empresa do setor) a oferecer o horário com professor à disposição."

O estudante e estagiário de direito Mauro Guilherme Pimenta, de 20, frequenta a academia durante a madrugada e aprova o horário flexível. "O tempo da gente é curto."

O Hipermercado Extra conta com três lojas na Grande BH que funcionam por 24 horas. Mas devido à forte concorrência no setor, o grupo não revela o faturamento apurado na madrugada. Já os clientes que entram na Videolocadora Dumont do Cruzeiro entre a meia-noite e as 6h respondem por 7% do faturamento da tradicional rede. "Nesse período, além do (aluguel) de filmes,  há muita saída de outros produtos, como chocolates e lasanhas. Outro diferencial para atrair a clientela é o caixa eletrônico (para saques)", explica Ricardo Tavares, gerente do local, enquanto atende a enfermeira Liliana Abrantes, de 31. "Muitas vezes, além dos filmes, levo outros produtos para casa. Esse horário favorece a gente", diz a profissional de saúde, que também leciona numa faculdade da região metropolitana.

Clientela de todas as classes

A noite em Belo Horizonte é para todos. Há comércio tanto para o público da baixa renda quanto para o da classe média e o da elite. E há pontos de vendas que recebem a visita de homens e mulheres de todas as classes sociais, como o Bar do Nonô, com entradas pela Rua Tupis e Avenida Amazonas, no Centro. Especialista em caldos de mocotó, o local é campeão de vendas da iguaria, com cerca de 700 canecas nos dias quentes e aproximadamente 1 mil no inverno.

"O movimento não para, principalmente nas noites frias. Trabalho aqui há 20 anos. Há um rodízio entre os funcionários: trabalhamos duas semanas durante o dia e duas semanas à noite", contou o balconista Sebastião Rodrigues da Silva, mestre em cortar a iguaria feita com as patas de boi e servi-la, com cebolinha a gosto e dois ovos de codorna, aos clientes.

Muitos homens e mulheres que debruçam os cotovelos no balcão do Nonô, frequentadores assíduos do endereço que não tem mesas e cadeiras, se tornaram seus amigos. O mesmo ocorre no Bar Mickey, que funciona bem em frente e também serve dezenas de canecas de mocotó na madrugada. O vaivém de pessoas também é intenso em grandes redes do ramo de alimentos que mantém as portas abertas 24 horas.

É o caso de algumas lojas do McDonald’s. "Com a operação 24 horas ou em horário especiais, fechamos o ciclo de serviço, que começa com o café da manhã. Assim, atendemos às expectativas dos clientes que buscam conveniência", resume Vlamir Alves dos Anjos, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Arcos Dourados Comércio de Alimentos, responsável pelas operações do McDonald’s na América Latina. Das 28 unidades da rede na capital, quatro são 24 horas. (PHL)

Disney Store vira fenômeno no varejo

Novo conceito de loja busca revolucionar o mercado
Bruno Mello, do    21/01/2011
 
São Paulo - O novo conceito de loja que a Disney queria desenvolver tinha um objetivo muito claro: reinventar o varejo. A proposta – que começou a ser desenvolvida há três anos – era não ser mais uma loja, mas sim um ponto de contato de todas as marcas da empresa de entretenimento. Pelos números, parece que a companhia chegou onde queria. Inaugurada em novembro de 2010, o ponto de venda na Times Square, em Nova York, nos Estados Unidos, registra a compra de 800 pessoas por hora.
A nova versão da Disney Store é um fenômeno porque conjuga das melhores práticas do varejo e utiliza a tecnologia de forma profunda para envolver os consumidores. Para a companhia, ter uma loja é a uma oportunidade que qualquer pessoa pode ter de experimentar suas marcas a qualquer hora, todos os dias do ano. É uma estratégia multicanal que faz parte do plano de negócio da empresa, envolvendo desde parque de diversões até licenciamento.
Tudo na loja foi muito planejado. O design levou dois anos para ficar pronto. A ideia era transformar todos os espaços do ponto de venda em locais onde aconteceriam eventos. Já a meta era proporcionar a experiência das marcas de forma semelhante a uma parada da Disney, como acontece em seus parques. O projeto global prevê ainda a reforma de 11 lojas nos Estados Unidos este ano e outras 50 novas lojas em solo norte-americano, na Europa e no Japão.
Tecnologia coloca consumidor dentro da marca
A ideia de transformar a forma como as pessoas se conectavam com a Disney foi tangibilizada por meio da tecnologia, área em que a empresa investiu mais de US$ 100 milhões. A nova loja utiliza de forma profunda a Radio-Frequency IDentification, o famoso RFID, e tela touch screen igual a do iPod. Muito mais do que tecnicidades, os aparatos eletrônicos servem para personalizar a experiência da marca.
Um exemplo é o espelho das Princesas. A pequena consumidora fica em frente a ele e, com um toque na tela, aparece como uma personagem da marca, vestida de Cinderela ou Branca de Neve. Já as franquias como Toy Story e Carros têm desenhos e jogos que também podem ser interativos por meio de telas touch screen.
“Usamos muito a digital signage para engajar as pessoas”, afirma Stephen Finney, Vice-Presidente de operações globais e de desenvolvimento de negócios da Disney Store. “Cada espaço, filme e interação tem como objetivo transportar nossos consumidores para um filme da Disney”, completa. Um dos principais destaques da loja, não por acaso, é a marca das Princesas. “Esta é uma das nossas marcas em que mais investimos”, reconhece Finney, em palestra na NRF 2011, o maior congresso de varejo do mundo.
Por isso há, além das interações digitais com as personagens, uma fachada de um castelo dentro das lojas. Aberto, o projeto tinha como objetivo melhorar o tráfego nas lojas. O resultado foi um aumento de 300% no fluxo médio dos pontos de vendas da marca e de 30% nas vendas dos produtos do Mickey Mouse e companhia.

sábado, 24 de setembro de 2011

Curso Etiqueta Profissional na CDL-Vespasiano

Terminou, ontem, com absoluto sucesso, o curso "Etiqueta Profissional", na CDL - Vespasiano.
A Fleury Furtado Gestão e Marketing Ltda., em nome do Prof. José Luciano S. Furtado, deseja a todos, muito sucesso, na carreira e na vida! Aguardamos vocês no curso: "Merchandising - Faça Sua Loja Vender por Você", dias 14, 18 2 21/10/2011.



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Avanços na gestão compartilhada do PDV

No artigo anterior, comentamos sobre como o processo de compra do consumidor tem sido transformado pelo progressivo crescimento dos canais digitais e como isso afeta não só a decisão relativa a em qual dos canais disponíveis esse consumidor decide realizar suas compras, mas também (caso ele permaneça fiel às lojas físicas) o nível de informação com que ele se abastece antes de finalizar sua compra. Tais mudanças, por sua vez, requerem que o ambiente físico e os processos das lojas também sejam alterados, para poderem oferecer um nível de serviço e experiência mais compatível às novas demandas desse consumidor.

E como fica a relação entre a Indústria e o Varejo nesse novo contexto? Cabe alterar algum aspecto na forma como essas duas partes coordenam suas atividades? Tal cenário deve requerer algum avanço na gestão compartilhada dos PDVs?

Antes de tudo, é importante esclarecer que a Indústria já trabalha intensamente nas lojas do Varejo, compartilhando a responsabilidade pela gestão desses PDVs. Isso ocorre, principalmente, por meio de um genuíno exército de promotores que colabora na execução de um número muito grande de iniciativas; que supre processos fundamentais da operação das lojas; e, de quebra, que ajuda no fortalecimento da imagem de marca da Indústria.

Ainda que, ao menos na relação com os seus grandes clientes, a maioria das indústrias de bens de consumo tenha um trabalho contínuo de ações de promotores nas lojas, muitas dessas empresas ainda assumem o trabalho de seus promotores como sendo uma mera imposição contratual, forçada pelo Varejo.

Outras, no entanto, passaram a assumir essa missão de apoiar atividades no ponto de venda como uma oportunidade para melhor qualificar a relação de seus produtos e de sua marca com os consumidores, realizando um forte investimento em processos, gestão, integração de informações e tecnologia, garantindo o abastecimento dos seus produtos; a organização do espaço de vendas; a comunicação no PDV; a disponibilização de material promocional aos consumidores; o treinamento dos vendedores do Varejo em relação às características de seus produtos; e a oferta de mobiliário e de equipamentos de exposição ao Varejo, entre outros.

Algumas delas foram além, reconhecendo que a forma mais segura de verem crescer suas vendas passava por criar as condições de aperfeiçoar a qualificação de todos os pontos de venda nos quais seus produtos pudessem estar disponíveis, mesmo que fossem clientes pequenos, abastecidos a partir de distribuidores. Assim, desenvolveram todo um processo de qualificação e apoio indiretos, estimulando a prestação de serviços dos seus distribuidores aos pontos de venda e criando planos de estimulação desses pequenos varejistas, premiando-os muitas vezes com treinamento de como gerir melhor seus negócios.

No limite, algumas têm procurado fidelizar o consumidor diretamente, estabelecendo programas de relacionamento nos quais o consumo de seus produtos proporciona descontos ou bônus para troca por presentes, porém cujo controle é exercido por meio do PDV do Varejo.

Ou seja, existe uma percepção disseminada entre os grandes fornecedores industriais de que é fundamental “dominar o ponto de venda” e que todo esse esforço compensa largamente, seja quando se realiza a mensuração da força percebida da marca pelo consumidor, seja quando avaliam a evolução das vendas e, consequentemente, do market share. Planogramas bem executados, comunicação visual adequada no PDV, suporte às dúvidas e demandas por informação dos consumidor sanadas, etc; têm garantindo a essas empresas uma posição de destaque em seus segmentos e uma genuína relação de dependência do Varejo para com essas empresas, que podem tão bem ajudá-lo a vender e organizar seu piso de vendas.

Dado isso, no momento em que o Varejo passa a ter que expandir a forma de se relacionar com o consumidor em novos canais, seja para a realização da venda de produtos e serviços, ou ao menos para ampliar a forma de se comunicar e informar, a Indústria terá que revisar e expandir sua relação com o Varejo, de forma a manter aquele mesmo espaço conquistado na relação com o consumidor dentro dos PDVs. Mais ainda, ela deverá estar disposta a ampliar seu investimento para suportar as equipes de vendas do Varejo, visando satisfazer as demandas de um consumidor cada vez mais informado e com expectativas mais elevadas quanto à experiência a ser obtida nas lojas físicas no futuro, mesmo que não tenhamos certeza absoluta de como será esse PDV.

Esse tema – “A reinvenção do Ponto de Venda no Mundo Multicanal” – é o eixo central do 14º Fórum de Varejo da América Latina, realizado pela GS&MD – Gouvêa de Souza nos dias 20 e 21 de setembro em São Paulo.


Alexandre Horta (horta@gsmd.com.br), sócio-sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza (21-09-2011)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A primeira geração global

A geração Y é a primeira geração que se pode considerar global, no sentido de que suas atitudes são similares em diversos países do mundo, com pouca diferença de tempo, como consequência de um elemento comum de “pasteurização” comportamental derivado da incorporação da Tecnologia da Informação, computadores, laptops, celulares e tablets e mais a internet e as redes sociais, moldando seus hábitos e pensamentos.

De diversas formas, o comportamento das diversas gerações sempre foi uma referência para segmentar e analisar a evolução das atitudes e hábitos das pessoas como resultado dos momentos das diversas sociedades, em função de fatores sociais, políticos e econômicos. Em especial, tomava-se como referência o que se passou nos Estados Unidos, adaptando essa realidade para outros países e mercados.

No tempo, foram identificados os baby boomers, geração dos nascidos nas décadas de 50 e 60, como a geração que foi condicionada pelo pós-guerra nos Estados Unidos; seguidos pela geração X, dos nascidos nos anos 60 e 70; e, posteriormente, pela geração Y, dos que nasceram entre os 80 e 90 e que, hoje, têm entre 18 e 31 anos. Se os boomers foram impactados na sua evolução pela televisão e os da geração X viram nascer a internet, os da geração Y são os mais impactados em seu comportamento pela expansão massiva do acesso e seu uso e pelo aparecimento e disseminação das redes sociais.

E são esses dois os fatores fundamentais e determinantes de uma universalização de seu comportamento, hábitos e atitudes, processo que não ocorreu com as gerações anteriores, por diferenças econômicas, sociais, políticas e geográficas.

Os Cidadãos do Mundo da geração Y são os Neoconsumidores mais típicos no seu comportamento, como tivemos oportunidade de identificar nas duas versões da pesquisa realizada pela GS&MD – Gouvêa de Souza e pelo grupo Ebeltoft em 2009 e 2011. E tudo indica que, à medida que avancemos no tempo, mais claro ficará esse comportamento mais pasteurizado e definido pela evolução do acesso e uso da internet e das redes sociais.

São predominantes os consumidores da geração Y entre os estimados 750 milhões de usuários do Facebook, sendo que 50% deles acessam a rede ao menos uma vez ao dia e possuem em média 130 amigos virtuais, com os quais trocam informações, referências e opiniões entre si, contribuindo para um nível de relacionamento e intercomunicação direta inimagináveis em qualquer outro momento da evolução da sociedade. Em si, esse é o elemento fundamental do alinhamento comportamental global, pela conexão direta e constante dessas pessoas.

Diferentes de outras gerações, sua comunicação é multidirecional. Em vez de serem receptores da comunicação predominantemente unidirecional dos veículos analógicos de comunicação, essa geração, como nenhuma outra anteriormente, tem o poder de interagir. E isso torna tudo diferente.

Traços relevantes do comportamento dessa geração e cada vez mais presentes em diversos países do mundo, em parte moldados pelo acesso à informação ampla, geral e irrestrita proporcionada pela tecnologia, envolvem um maior sentido de independência, por poderem buscar aprofundamento no que desejam por si próprios; e um espírito crítico exacerbado pela oportunidade de manifestação proporcionada pelos instrumentos de comunicação digital multicanal.

Da mesma forma e pelas mesmas razões essa geração é mais multitarefa, desenvolvendo várias atividades ao mesmo tempo. Como consequência, porém, se tornaram mais imediatistas e superficiais em seu comportamento, o que se reflete nas suas atitudes e hábitos no momento das compras e consumo; e também nas preferências por marcas, lojas e canais de relacionamento e vendas.

Assim, mais e mais se aproximarão as soluções que serão criadas por marcas, varejistas e empresas de serviços em todo o mundo a partir de demandas que tenderão a ser mais alinhadas em suas diferenças. Por outro lado, algumas das características mais presentes dizem respeito exatamente a propostas mais individualizadas e específicas.

No ambiente das lojas, mais especificamente, o consumidor dessa geração traz um comportamento de compras que carrega toda essa carga de informação adquirida, compartilhada, criticada e referenciada, cada vez mais, através da internet e das redes sociais, precipitando novas e mais criativas soluções para tratamento do ponto de venda, que se converte, também crescentemente, em ponto de relacionamento, conveniência, aprendizado, informação, serviços, experiência e relacionamento digital e analógico.
 
Marcos Goveia de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza (19-09-2011)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cursos na CDL - Vespasiano, ministrados por José Luciano S. Furtado

O Brasil na boca do povo

Durante a 18ª edição da Conferencia Anual de Varejo do Goldman Sachs, que aconteceu em Nova York na semana passada, Doug McMillan, presidente e CEO do Walmart International, mencionou o Brasil 38 vezes em uma apresentação de 45 minutos, ao detalhar as estratégias do maior varejista do mundo para sua expansão e como ampliar a participação dos negócios internacionais no conjunto do faturamento do grupo.

Imaginando que em apresentações desse tipo todos os detalhes são pensados e que, apesar da data, não se pretendia fazer uma homenagem ao país, a repetida menção ao Brasil, quase uma a cada minuto, tem um significado especial e marcante. Da mesma forma em todas as conversas paralelas que ocorreram durante esses dias do evento.

A situação brasileira, consistente em seu crescimento baseado no consumo interno, desperta um sentimento híbrido de inveja, em especial para os norte-americanos; e de alguma preocupação, pela continuidade de seu comportamento nos últimos anos, interrompida apenas no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, quando o governo brasileiro teve que entrar em campo para resgatar a confiança abalada por conta da crise global, internalizada e amplificada pela imprensa local.

No presente momento, a continuidade do crescimento da renda, do emprego e da oferta de crédito, tornada mais interessante pela recente redução da taxa Selic, encontra um consumidor disposto a comprar mais, em especial duráveis e semiduráveis, porém um pouco mais preocupado pelo futuro de longo prazo, como apurado pela pesquisa do Índice de Confiança do Consumidor. Esse comportamento é mais facilmente percebido nos segmentos de maior poder aquisitivo, principal consumidor da mídia, que absorve mais diretamente o difícil cenário internacional.

Esse sentimento de admiração pelo mercado brasileiro e seu potencial de crescimento e evolução foi também destacado em algumas outras palestras, quando foram mencionados planos de expansão de corporações varejistas globais, sendo que para os que já estão presentes no mercado a ênfase é ampliar participação. Os que ainda não estão citam o país como uma oportunidade a ser mais analisada e eventualmente aproveitada. Em especial as empresas de origem européia que participaram do evento, marcadamente concentrado em empresas com controle nos Estados Unidos.

A semana foi marcada pelo feriado do 7 de Setembro na quarta-feira; pelo pronunciamento do presidente Barack Obama, apresentando na quinta-feira seu plano de estímulo ao emprego e à economia, orçado em US$ 447 bilhões; e, ainda, pela recordação dos dez anos dos atentados de 11 de Setembro, no final de semana passado. Esses últimos dois temas fazem emergir um comportamento de consumo muito mais cauteloso para o consumidor norte-americano. Porém nas avenidas e lojas de Nova York destacava-se a presença de brasileiros, em verdadeira febre consumista, aproveitando os preços sensivelmente mais baixos que são encontrados no mercado, o que torna o português uma língua quase tão falada quanto o espanhol na cidade.

Outros atrativos que fizeram aumentar a presença brasileira foram a Semana da Moda que se realiza na cidade; o torneio de tênis US Open; e mais, na quinta-feira, a promoção de um grande evento também ligado à moda, que começou em 2009 em Nova York e no qual as lojas permanecem abertas até às 23 horas, oferecendo atrações, shows, desfiles e, principalmente, condições especiais de vendas, que podem chegar até 40% de desconto para os produtos da nova estação, no lançamento das novas coleções. Mais um motivo para juntar brasileiros aproveitando o momento e vivendo intensamente essas oportunidades.


Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br), diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza 12-09-2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O varejo e o apagão de imóveis

Para muitos varejistas, planejar a expansão da sua rede, seja por franquias ou lojas próprias, passa por um grande dilema: o atual cenário, com a alta dos aluguéis e das luvas comerciais, trará rentabilidade para as novas operações?

Com o aquecimento da economia, o varejo sofre com mais um dos apagões próprios do crescimento – além da já crônica falta de mão de obra qualificada, nos últimos anos os varejistas sofrem com a baixa oferta de imóveis para locar. Em todo o Brasil os imóveis de rua e as lojas nos shopping centers estão escassos. Consequentemente, dentro da lei da oferta e procura, os valores dos alugueis estão muito mais altos que há dois anos. Em alguns casos, custam o dobro.

Igual situação ocorre com os valores dos pontos comerciais (ou das luvas), que quase triplicaram nos últimos três anos. Isso faz com que um bom ponto comercial seja locado em questão de dias, provocando quase um leilão em que quem paga mais leva. Quem vende acaba sendo atraído por essa situação e pede um valor alto, sabendo que, mesmo acima do praticado na região, existem lojistas dispostos a pagar, dada a escassez de oferta.

Diante disso, planejar a expansão envolve fazer muitas contas, pois o investimento ficou muito maior, bem como o custo de ocupação. O prazo para a busca de um ponto comercial também aumentou e, muitas vezes, compromete seriamente o plano de expansão, pois muitos varejistas não têm conseguido encontrar a localização ideal, com custos viáveis, no prazo almejado. Praticamente todos têm planos de expansão para os próximos anos, mas grande parte deles, já temendo as dificuldades em encontrar os locais ideais, está revendo suas metas. Calcula-se que 80% dos varejistas não conseguirão cumprir suas metas de expansão devido à falta de bons locais para novas unidades.

Existem hoje cerca de 60 shoppings em construção neste país e cerca de 80 projetos em curso. A solução para atender a demanda varejista estaria aí? Em parte sim, mas muitos desses novos shoppings estão localizados em cidades médias e pequenas (os altos custos e a escassez de terrenos têm dificultado a construção de empreendimentos nas cidades grandes) e, pelo porte e características, têm deixado grande parte dos varejistas cautelosos, pois existem dúvidas em relação ao sucesso desses empreendimentos. Os últimos shopping centers abertos no país têm reforçado a posição de cautela dos varejistas, pois 90% deles “ainda não pegaram”, passados os primeiros dois anos de atividades.

É... A vida do varejista não tem sido fácil, mesmo com tantas oportunidades que se vislumbram.


Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br), sócio-diretor da BG&H Real Estate

domingo, 4 de setembro de 2011

Jovens engordam o lucro dos shoppings em BH Clientes entre 17 e 24 anos são maioria nos shoppings de BH e somam 27% dos frequentadores. Gasto médio é de R$ 199

Paula Takahashi - Estado de Minas - Publicação: 03/09/2011 06:00
 



Mesmo tendo menor poder aquisitivo - com renda média familiar de R$ 4.749 contra R$ 7.947 dos que têm idade entre 45 e 54 anos -, clientes na faixa etária de 17 a 24 anos se tornaram os principais frequentadores dos shoppings de Belo Horizonte. É o que revela a pesquisa bianual sobre o setor realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do BH Shopping e divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas.

Enquanto em 2009 essa faixa de frequentadores representava 23% do total de pessoas que circulavam pelos corredores dos centros comerciais da capital mineira, em 2011 esse percentual subiu para 27%. Em sentido contrário, clientes com idade entre 25 e 34 anos, que dominavam a pesquisa com 27% de participação, passaram a representar 24%.

"Estamos vendo uma renovação do público, mas acreditamos que a faixa acima de 54 anos, que não é medida pela pesquisa, também tende a crescer. Este é um grupo altamente consumidor", avalia o coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e superintendente do BH Shopping, Durleno Rezende. A intenção é abrir a pesquisa para este extrato crescente da população já no próximo levantamento, em 2013.

Enquanto esta parcela acima de 54 anos não é captada, a faixa mais jovem não é apenas a que mais vai aos shoppings – com 50% de frequência semanal e 27% quinzenal –, mas também estão entre os que mais gastam. A média é de R$ 199 por pessoa, enquanto, no geral, o desembolso é de R$ 181. A faixa seguinte, de 25 a 34 anos, é a campeã, com média de R$ 202.

Para a gerente de marketing do BH Shopping, Lívia Paolucci, além do patrocínio dos pais, o investimento em lojas de tecnologia ajuda a elevar a média gasta entre os jovens. A cantora Lígia Ishitani, de 23 anos, reconhece que precisa da ajuda dos pais para fazer algumas compras. "Venho ao shopping uma vez por semana e, mesmo tendo trabalho, meus pais me ajudam. Aqui compro roupas, sapatos e muitos livros", enumera.


Um dos sinais da importância que este público têm conquistado está nos aportes destinados aos site e em redes sociais. "Anualmente são R$ 240 mil voltados para atualização das mídias sociais, o que há algum tempo era impensável", avalia Lívia.

LAZER Eles também são os que mais frequentam o cinema, com 17% de presença semanal e 20% quinzenal. Sempre que vai ao shopping, em média três vezes por mês, a estudante de direito Luiza Kumaira, de 21, aproveita para assistir a um filme. "É aqui que faço todas as minhas compras e ainda almoço muito no shopping", conta.

Apesar de nem toda visita resultar em compras, já que 27% dos consumidores com idade entre 17 e 24 anos saem do BH Shopping de mãos vazias - contra 12% dos clientes na faixa entre 35 e 44 anos -, a qualidade dos gastos parece ser melhor. Isso porque 80% deles, quando compram, destinam as aquisições a produtos nas lojas, enquanto entre as pessoas que mais compram o percentual é de apenas 65%.

Nos shoppings Cidade e Pátio, os jovens também são maioria e, nestes casos, a participação é ainda maior. No Cidade, eles chegam a representar 44% do público, enquanto no Pátio jovens entre 18 e 24 anos respondem por 36% do fluxo de frequentadores. "Eles já estão no mercado de trabalho e têm cartão de crédito. Acompanham muito a moda e as tendências e, por isso, são ótimos consumidores", avalia a gerente de marketing do Pátio Savassi, Rejane Duarte.

Gps nos corredores
Para acompanhar o ritmo dos jovens consumidores, os shoppings de Belo Horizonte planejam outras ações para cativar ainda mais essa parcela de gastadores. Com os resultados apontados pela pesquisa, o BH Shopping prevê ampliar sua presença nas redes sociais, já que 66% do público pesquisado afirma participar de comunidades na internet. Além disso, vai oferecer ferramentas disponíveis para acesso no celular. Entre os dispositivos previstos, está o anúncio de promoções exclusivas para os telefones móveis e o lançamento de um localizador que indica o caminho a ser percorrido pelo consumidor entre o local em que ele está e a loja para a qual deseja ir. Uma espécie de GPS nos corredores do shopping.

Mutários têm um novo perfil Com avanço da renda, jovens e classe C já são maioria nos financiamentos habitacionais da Caixa Econômica Federal

Geórgea Choucair - Estado de Minas Publicação: 04/09/2011 07:33 

O consumidor jovem, a classe C e as mulheres estão ganhando mais espaço nos financiamentos imobiliários nos últimos anos. Já os idosos com mais de 65 anos estão fugindo dos empréstimos quando o assunto é a compra da casa própria. O aumento de renda da população brasileira e a ampliação da linha de crédito e de subsídios para a compra de imóveis estão trazendo mudanças no perfil do comprador de unidades habitacionais. Os dados fazem parte de levantamento da Caixa Econômica Federal, que responde por mais de 75% dos financiamentos habitacionais no país.

Em Minas Gerais, os mutuários com até 35 anos representam hoje 57,3% do total de empréstimos da Caixa. Há 10 anos, eles somavam 50,3%. A chamada classe C também já virou maioria nos financiamentos do banco. As pessoas com renda de até R$ 3.270 representam hoje 63,7% dos tomadores de empréstimo da instituição, sendo que em 2001 esse índice representava 50,3%. Mas quando o assunto é o mutuário com idade mais avançada, acima de 65 anos, os números mostram que a procura por crédito despencou nos últimos 10 anos em Minas: caiu de 1,9% para 0,6%. Os números da Caixa para o Brasil seguem a tendência do estado.

“Os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho não têm tanto temor do financiamento. Eles não vivenciaram aqueles períodos inflacionários, quando os preços chegavam a subir até 80% ao mês”, afirma Marivaldo Araújo Ribeiro, gerente regional de Habitação da Caixa. Em muitos contratos, diz, o valor da mensalidade hoje está decrescendo, o que dá mais tranquilidade ao mutuário para fazer o financiamento.

A queda na taxa de desemprego e o aumento do poder aquisitivo da população são outros fatores que ajudam pessoas mais jovens e de classe social mais baixa a adquirir a casa própria. “Temos ainda os incentivos governamentais, como o programa Minha casa, minha vida, com taxas de juros mais baixas e subsídios para a baixa renda”, explica. No Brasil, 81% das vendas feitas dentro do programa foram para unidades habitacionais de até R$ 150 mil.

Crédito flexível A linha de crédito mais flexível permitiu à classe C deixar de pagar aluguel e ir à compra da casa própria, avalia Cristiano Chiabi, diretor de crédito imobiliário da MRV Engenharia. “Muita gente consegue hoje trocar a prestação mensal de R$ 800 de aluguel por R$ 600 de financiamento imobiliário. Com os subsídios do governo, a pessoa faz as contas e vê que consegue pagar a prestação”, diz Chiabi.

O valor médio das unidades vendidas pela MRV é de R$ 100 mil. Entre os novos compradores, Chiabi observa mais jovens morando sozinhos. “Já os idosos não fazem tanto financiamento pelo fato de o seguro ficar mais caro, prazos mais curtos e prestações com valores mais altos”, afirma. A incorporadora Quartzo foi fundada neste ano com foco na baixa renda. “A queda no desemprego leva pessoas a ter oportunidade de comprar a casa própria mais cedo”, observa Fábio Nogueira, diretor da Quartzo. O valor médio das unidades vendidas pela Quartzo é de R$ 110 mil.

O consultor técnico Miguel Henrique dos Santos, de 28 anos, acaba de comprar um apartamento na planta com a noiva, Damiane Almeida Mendes. O imóvel de dois quartos em Vespasiano custou R$ 90 mil e vai ser financiado em 25 anos. A previsão é que fique pronto em 2013, quando os dois pretendem se casar. Para pegar o empréstimo, o casal uniu a renda, que no total fica em torno de R$ 4 mil ao mês. É o primeiro imóvel próprio dos dois.

A assistente administrativa Welita Resende Feitosa, de 32, também caminha para ter seu primeiro imóvel. Ela acaba de comprar uma unidade de dois quartos em Betim. O apartamento custou R$ 122 mil que serão pagos em 321 meses. Nos primeiros 21 meses, ela vai desembolsar R$ 407 de prestação. O apartamento fica pronto em dois anos.
As maiores oportunidades para jovens no mercado de trabalho ajudam a engrossar essa clientela na compra da casa própria, avalia Paulo Tavares, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-MG). “Eles estão se tornando independentes muito cedo, com 25 ou 26 anos. Hoje temos diversos programas de trainees com boas oportunidades para esse público”, afirma Tavares.

Saques do FGTS

Os mineiros sacaram R$ 226,16 milhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para usar na compra da casa própria de janeiro a julho deste ano, contra R$ 223,15 milhões no mesmo período de 2010. Em volume de unidades, os saques passaram de 30.533 para 32.386 no período. Os números mostram que o apetite para investir em imóveis está aumentando como um todo e a tendência, segundo especialistas, é de que o ritmo continue acelerado. “Há um equilíbrio da economia e linha farta de crédito”, observa Tavares.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ser Chique...

"Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro, é conversar com o pedreiro. Ser chique é saber escutar as críticas e entendê-las para se tornar ainda melhor; é saber conviver com as diferenças. Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Ser chique é expor verdadeiramente seus sentimentos. Ser chique é questão de berço, não de dinheiro."

Crise global? Não no comércio eletrônico!

GS&MD 02/09/2011

O Brasil aprendeu em 2008 que as crises globais anunciadas nos jornais não são necessariamente as mesmas vivenciadas nas ruas do país. Enquanto o mundo assistiu à queda de bancos e indústrias americanas, por aqui a “marolinha” bateu fraca nas compras de final de ano. Em 2011 a coisa não parece ser diferente. A expectativa de crescimento do comércio eletrônico brasileiro para o segundo semestre é de 26%. Nada mal para um mercado que já tem mais de 27 milhões de consumidores.

Mesmo no varejo físico, as expectativas para o trimestre mais importante do ano são animadoras. Segundo Alberto Serrentino, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza, os balanços do segundo trimestre publicados pelas empresas mostram forte crescimento em vendas absolutas e em lojas comparáveis: Magazine Luiza (+37% e +14,4%), Arezzo (+21%), Marisa (+25% e +10,8%) e Grupo Pão de Açúcar (+10% e +9,3%). Ainda segundo Serrentino, a confiança dos consumidores, que teve seu menor nível em outubro de 2008, recuperou-se, atingiu o pico histórico em novembro de 2010 e segue em patamar elevado.

Para Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza, existe uma visão muito distinta entre varejistas e instituições financeiras. Ao menor sinal de possíveis turbulências econômicas, o instinto de autopreservação das empresas financeiras pede medidas restritivas de crédito, com redução de prazos de financiamento, aumento de taxas e de restrições para concessão de crédito, que funcionam como elementos desestimuladores de consumo. Para os varejistas o raciocínio tende a ser o contrário, pois tendem a usar o crédito como elemento alavancador de consumo, buscando ampliar prazos, oferecer planos mais estimuladores e induzir o consumidor a ir às compras.

Voltando a 2008: no último trimestre, período de maior influência da crise, o comércio eletrônico brasileiro cresceu 30%. Mesmo nos Estados Unidos, epicentro da crise, o crescimento do e-commerce foi de 6%, caminho inverso de todos os índices de outros setores, que apresentaram declínio. Ferramentas como comparação de preços, entrega expressa e avaliações de outros consumidores se mostram importantes catalisadores na decisão de compra das pessoas, mais desconfiadas em época de crise, e querendo saber se estão realmente fazendo um bom negócio.

Para o final de 2011, os consumidores já mostram sinais de que continuarão comprando, seja no offline ou no online. Para a indústria e os varejistas brasileiros, resta acompanhar a crise nos jornais, quase em ritmo de telenovela, enquanto se preparam para mais um período de aumento nas vendas.


Mauricio Salvador (mauricio@gsecommerce.com.br), sócio-diretor da GS Ecommerce