segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Corredores de Compras em BH


Celeiros de oportunidades
Texto: Ana Elizabeth Diniz - Revista Viver Brasil
Polos de moda, no Barro Preto, e de móveis, na Silviano Brandão, atraem milhares de compradores
Perspectiva da obra de revitalização no Barro Preto: novo referencial urbano
O velho ditado “a união faz a força” parece adequado quando se pretende definir o fenômeno natural que ocorre no Barro Preto, polo de moda, e na avenida Silviano Brandão, uma concentração a céu aberto de revendas de móveis. Esses corredores de compra são um ótimo negócio para quem vende e para quem compra. 
Para José Luciano Silveira Furtado, professor de marketing da Faculdade de Tecnologia do Comércio (Fatec-BH), “concentrar lojas de um segmento específico em um determinado local é uma tendência mundial. As primeiras lojas começam a se estabelecer e com o sucesso que obtêm, outras passam a migrar para a mesma região. Um dos fatores preponderantes do sucesso desses corredores é que os compradores podem fazer esse percurso a pé e comparar preços, tudo com muita comodidade”.
Os corredores de compras acabam estabelecendo a competitividade de preço, mas até certo limite. “O que se percebe é que acaba existindo informalmente um equilíbrio de preço na região e isso para o consumidor é bom porque ele tem mais poder de barganha. Os comerciantes também se beneficiam porque o fluxo de consumidores se torna maior e eles têm mais visibilidade. Saber que há um polo concentrado de interesses estimula as compras”, comenta Furtado. 
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) Nadim Donato Filho concorda com o professor. “Esses corredores de compra, e aí eu incluo o Prado, concentram segmentos de certas áreas e isso permite que os consumidores façam suas compras com foco no produto que desejam. Aí eles encontram mais variedade, qualidade e preço e se estabelece a concorrência saudável. Quanto mais o lojista faz, mais ele atrai consumidores”.
Esse modelo de compras começa a se fortalecer na cidade, à margem dos shoppings. “O consumidor está voltando a fazer compras perto da sua casa, onde pode ir a pé, não tem que enfrentar o trânsito caótico do hipercentro e nem os estacionamentos. Essas lojas estão se tornando mais atrativas, mudando seu leiaute, diversificando marcas e aumentando o mix de produtos. O próprio Sindilojas tem realizado campanhas nesse sentido”, comenta Nadim. 
Esse modelo de compras começa a se fortalecer na cidade, à margem dos shoppings. “O consumidor está voltando a fazer compras perto da sua casa, onde pode ir a pé, não tem que enfrentar o trânsito caótico do hipercentro e nem os estacionamentos. Essas lojas estão se tornando mais atrativas, mudando seu leiaute, diversificando marcas e aumentando o mix de produtos. O próprio Sindilojas tem realizado campanhas nesse sentido”, comenta Nadim. 
O presidente da Associação dos Comerciantes do Barro Preto (Ascobap), Marco Polo Viriato Rolim, diz que o segmento têxtil é o segundo maior empregador da indústria de transformação. “O polo de moda do Barro Preto concentra mais de 1 mil empreendimentos do segmento têxtil, incluindo confecções, bordados, lavanderias, maquinário, oficinas de modelagem e estilo e mais de 400 pronta-entregas. Passam diariamente pela região perto de 350 mil pessoas, número que aumenta muito nos fins de semana”.
Rolim ressalta o bom astral do bairro. “Em qualquer hora do dia que você for ao Barro Preto vai perceber uma ótima energia, movimento nas lojas e um ritmo intenso de pessoas. O mais bacana é que o bairro se tornou um seleiro de oportunidades. Já aconteceu de grandes confecções terem começado suas atividades aqui, crescerem, ir para outras regiões, mas algumas voltaram porque perceberam o grande potencial da região”.
O polo da moda do Barro Preto gera mais de 5 mil empregos diretos e mais de 30 mil indiretos em todo o estado. “Isso porque muito da moda que é vendida aqui é produzida em outras cidades ou mesmo nos arredores da cidade. Muitos lojistas preferem manter suas fábricas fora do bairro que tem um aluguel muito alto”, analisa Rolim.