quinta-feira, 17 de julho de 2014

Quem tem chefe é índio! (15/08/2013)

  Quando um modelo de gestão com hierarquia horizontal e participativo é implantado no Brasil, as pessoas se sentem perdidas. A razão é simples: Não fomos educados para produzir sem uma supervisão e não aprendemos a ter autonomia e seguir nossa própria carreira. Precisamos de benefícios e não sabemos o que é melhor pra nós, quem sabe é a CLT ou o sindicato. Se a razão fosse simples, o problema não seria tão grave.

Tenho uma forte convicção: “Quem tem chefe é Índio”... Ou não. Posso estar completamente enganada, os caras pálidas também parecem não estar preparados para viver sem chefes.

A cultura do “Myself” que é fortemente presente em países como os EUA, não está presente na cultura brasileira. Somos filhos históricos do paternalismo, do mercado extrativista e da escravidão. Não conquistamos, pedimos. É por isso que quando conhecemos empresas como Google, Microsoft, Facebook e Apple (empresas modelo da meritocracia e autogerenciamento) elas nos parecem um sonho distante.

Entretanto, podemos transformar estes modelos em realidade brasileira. Para isso temos que lutar contra leis obsoletas e a falta de instrução dos trabalhadores brasileiros. Não estou me referindo à escolaridade, isto seria mais fácil. O trabalho é mais árduo, temos que transformar a forma de pensar e agir das pessoas. 

Se por um lado as pessoas podem descer de um andar pelos escorregadores na Google e trabalhar numa rede, por outro, elas tem que ser as melhores do mercado para merecer estar lá. Mais importante, elas não devem usar a liberdade que tem para transformar isso em arma contra a empresa no futuro. É necessária a existência de uma ética dos dois lados, a de quem emprega e a de quem é empregado e ambas devem ser coerentes.

Mas novos ventos têm soprado por aqui, a despeito de todas as dificuldades, empresas tem se aproximado dos modelos de gestão que estimulam o crescimento intelectual, a consciência de mercado e principalmente a ética em sua equipe. Este é um grande passo. 

Eu, particularmente, não ligo. Não serei chefe e vou preparar minha equipe. Se o Brasil não está pronto seremos, em nossa empresa, agentes de mudança dessa triste realidade.

A equipe Solides, responsável pelo RH Portal, é uma prova viva de que a despeito de nossa cultura, há como implantar modelos de gestão alternativos no Brasil. Os colaboradores contam com muito mais que salão de jogos no ambiente de trabalho. A cultura inteira que predomina é de uma gestão horizontal, da busca pela alta produtividade e qualidade de vida. Há muito ainda que aprendermos, mas tenho certeza que nossa missão será disseminar o conhecimento que desenvolvemos e compartilhar nossa cultura no mercado. Queremos apresentar formas de reter talentos fazendo convergir agentes outrora antagônicos como: Alta produtividade e Felicidade, Realização profissional e Diversão, Gosto pelo trabalho e Eficiência.

É uma longa jornada, mas tudo bem, o que não nos falta é fôlego!

Fiquem ligados nos artigos sobre nossa forma de gestão. Até a próxima!

Envie seu comentário e sugestões pelo twitter: @monicahauck ou email monica@solides.com.br. 


Monica Hauck –
Diretora Executiva da Solides, empresa de Soluções em TI para Gestão
Empresarial. Apaixonada pelo Desenvolvimento Humano, graduada e pós-graduada
pela UFMG é também colunista do RHPortal, maior portal de RH do país.
Pesquisadora especialista em culturas políticas e
organizacional, atualmente desenvolve pesquisas e soluções inovadoras na área
de Gestão, com foco em Gestão de Pessoas.