sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Redes Sociais: qual a novidade???

Atualmente, para uma pessoa ser considerada “bacana”, “fashion”, “antenada”, “geek”, ela deve ter vários perfis em diferentes redes sociais. Para as empresas, posicionar a marca, monitorar a concorrência, acompanhar as tendências, aproximar-se do consumidor final e “dar o que falar” são as razões que justificam o aumento da verba para promoção e comunicação em mídias sociais.

Em meados de 1950, inicia-se a Era Pós Industrial. O aumento da comunicação entre os povos, a difusão de novas tecnologias e a mudança da base econômica, antes industrial, promoveu o domínio das empresas prestadoras de serviços, hoje responsáveis por 60% da economia mundial. O trabalho intelectual é muito mais frequente e a criatividade, mais importante que a simples execução de tarefas, produz informação. Em vez da padronização das mercadorias e da especialização do trabalho, agora o que conta é a qualidade de vida, a intelectualização e a desestruturalização do tempo e do espaço (fazer uma mesma coisa em tempos e lugares diferentes). Em 1973, o sociólogo Daniel Bell introduziu o conceito de "sociedade da informação" ou “sociedade do conhecimento” em seu livro The Coming of Post-Industrial Society. Na Sociedade do Conhecimento, a principal “moeda” é o capital social (conexões entre indivíduos; redes sociais e as normas de reciprocidade e confiança que surgem a partir delas), que permite que as pessoas valorizem o trabalho individual em prol do bem comum. Os resultados das atividades são menos dispendiosos e o enriquecimento cultural é maior, pois os indivíduos podem testar suas opiniões coletivamente.

Tal qual Daniel Bell, Marx, Weber e outros pensadores também estudaram a sociedade, suas formas de organização e os relacionamentos entre os indivíduos. Já falavam sobre a forma de organização do indivíduo x coletividade; e a necessidade individual de obter apoio, referências e informações somadas à sensação de pertencimento e de destaque perante àqueles que são importantes para ele, fazendo com que se agrupem em comunidades com interesses comuns às dele. As chamadas Redes Sociais.

A Revolução Industrial contribuiu para que o Homem entendesse a importância de investir em novas tecnologias, enquanto a Sociedade do Conhecimento contribuiu para o resgate da capacidade humana de pensar, potencializando o poder de gerar conhecimento em prol de si e das diversas organizações (profissionais, mercadológicas, pessoais). Dessa forma, o desenvolvimento da tecnologia soma-se às comunidades de interesses comuns para gerar as redes sociais online.

Elas surgem como uma resposta às necessidades dos indivíduos de ampliar seus relacionamentos; trocar informações ou conhecimento para ter mais destaque; e posicionar-se mais competitivamente. Podem ser de uso público ou restrito a alguma comunidade/organização, para colaboradores, clientes, consumidores, amigos, profissionais de algum setor. Então, qual é a novidade?

A novidade está no “como”. Podemos enviar cartas a todos os integrantes do clube de lazer, comunidade religiosa, grêmio esportivo, escola, etc, convidando para uma festa de aniversário ou para uma assembleia que discutirá melhorias das políticas internas e esperar dias para obter uma resposta com solicitação de esclarecimentos. Ou podemos entrar na nossa página no Facebook, LinkedIn ou Orkut, enviar o convite para nossos “amigos” e, em tempo real, todos receberão o convite onde quer que estejam no mundo.

A novidade é simples no conceito: podemos nos conectar através das redes sociais com quem nos interessar, contatar quem quisermos e, em tempo real, obter respostas. Ainda, achar outras pessoas que tenham o mesmo interesse que nós e influenciar massas de indivíduos com agilidade e velocidade nunca antes vivida.

As atividades realizadas pelo usuário das redes sociais online integram tecnologia, interação social e construção de ideias com textos, fotos, vídeos e/ou áudios. As comunidades são conversações (não mais monólogos ou imposição de idéias); os protagonistas são pessoas (não empresas ou marcas); e os valores predominantes são transparência e honestidade na troca de informação e conhecimento. Agora, o poder é COMPARTILHAR!

Fotologs (You Tube, Picasa, Flickr), weblogs (Blogger, WordPress), microblogs (Twitter, Yammer, Jaiku), websites de relacionamentos (Facebook, LinkedIn, Orkut) e websites de compartilhamento de conhecimento (Scribd, SlideShare) são algumas ferramentas de redes sociais. Cada uma oferece mais ou menos capacidade ao usuário para relacionar-se, expor-se e/ou trocar informações. O melhor resultado é alcançado pela integração dessas ferramentas. O indivíduo cria diferentes perfis e “linka” um ao outro. Uma vez postada alguma informação, foto e vídeo em alguma dessas contas, as demais são automaticamente atualizadas. Além de economizar tempo na gestão das ferramentas que usa, o usuário aumenta sua visibilidade, pois mais pessoas que estão a elas conectadas serão impactadas pelo post. Caso gostem e queiram compartilhar, é só clicar, selecionar e enviar.

Pronto, perdeu-se o controle! E esse é o objetivo. Quanto mais pessoas acessarem o que você escreveu, mais destaque você terá.

Mas cuidado. O destaque pode ser para o bem e para o mal. O poder tanto constroi como destroi o indivíduo e quem ou o que ele represente (marca, empresa, organização). Por isso, o maior desafio para os “bem aventurados” das redes sociais online é usar de maneira produtiva as ferramentas disponíveis. Apesar de ser possível mensurar os resultados das ações online, pois todos os sistemas de tecnologias oferecem recursos de rastreabilidade mais ágeis e assertivos do que qualquer outra ferramenta offline, uma vez que uma informação é disponibilizada e compartilhada, é quase impossível controla-lá e/ou resgatá-la.


Alice Uchoa (alice.uchoa@gsmd.com.br), Gerente de Projetos da GS&MD – Gouvêa de Souza

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