domingo, 4 de setembro de 2011

Jovens engordam o lucro dos shoppings em BH Clientes entre 17 e 24 anos são maioria nos shoppings de BH e somam 27% dos frequentadores. Gasto médio é de R$ 199

Paula Takahashi - Estado de Minas - Publicação: 03/09/2011 06:00
 



Mesmo tendo menor poder aquisitivo - com renda média familiar de R$ 4.749 contra R$ 7.947 dos que têm idade entre 45 e 54 anos -, clientes na faixa etária de 17 a 24 anos se tornaram os principais frequentadores dos shoppings de Belo Horizonte. É o que revela a pesquisa bianual sobre o setor realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do BH Shopping e divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas.

Enquanto em 2009 essa faixa de frequentadores representava 23% do total de pessoas que circulavam pelos corredores dos centros comerciais da capital mineira, em 2011 esse percentual subiu para 27%. Em sentido contrário, clientes com idade entre 25 e 34 anos, que dominavam a pesquisa com 27% de participação, passaram a representar 24%.

"Estamos vendo uma renovação do público, mas acreditamos que a faixa acima de 54 anos, que não é medida pela pesquisa, também tende a crescer. Este é um grupo altamente consumidor", avalia o coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e superintendente do BH Shopping, Durleno Rezende. A intenção é abrir a pesquisa para este extrato crescente da população já no próximo levantamento, em 2013.

Enquanto esta parcela acima de 54 anos não é captada, a faixa mais jovem não é apenas a que mais vai aos shoppings – com 50% de frequência semanal e 27% quinzenal –, mas também estão entre os que mais gastam. A média é de R$ 199 por pessoa, enquanto, no geral, o desembolso é de R$ 181. A faixa seguinte, de 25 a 34 anos, é a campeã, com média de R$ 202.

Para a gerente de marketing do BH Shopping, Lívia Paolucci, além do patrocínio dos pais, o investimento em lojas de tecnologia ajuda a elevar a média gasta entre os jovens. A cantora Lígia Ishitani, de 23 anos, reconhece que precisa da ajuda dos pais para fazer algumas compras. "Venho ao shopping uma vez por semana e, mesmo tendo trabalho, meus pais me ajudam. Aqui compro roupas, sapatos e muitos livros", enumera.


Um dos sinais da importância que este público têm conquistado está nos aportes destinados aos site e em redes sociais. "Anualmente são R$ 240 mil voltados para atualização das mídias sociais, o que há algum tempo era impensável", avalia Lívia.

LAZER Eles também são os que mais frequentam o cinema, com 17% de presença semanal e 20% quinzenal. Sempre que vai ao shopping, em média três vezes por mês, a estudante de direito Luiza Kumaira, de 21, aproveita para assistir a um filme. "É aqui que faço todas as minhas compras e ainda almoço muito no shopping", conta.

Apesar de nem toda visita resultar em compras, já que 27% dos consumidores com idade entre 17 e 24 anos saem do BH Shopping de mãos vazias - contra 12% dos clientes na faixa entre 35 e 44 anos -, a qualidade dos gastos parece ser melhor. Isso porque 80% deles, quando compram, destinam as aquisições a produtos nas lojas, enquanto entre as pessoas que mais compram o percentual é de apenas 65%.

Nos shoppings Cidade e Pátio, os jovens também são maioria e, nestes casos, a participação é ainda maior. No Cidade, eles chegam a representar 44% do público, enquanto no Pátio jovens entre 18 e 24 anos respondem por 36% do fluxo de frequentadores. "Eles já estão no mercado de trabalho e têm cartão de crédito. Acompanham muito a moda e as tendências e, por isso, são ótimos consumidores", avalia a gerente de marketing do Pátio Savassi, Rejane Duarte.

Gps nos corredores
Para acompanhar o ritmo dos jovens consumidores, os shoppings de Belo Horizonte planejam outras ações para cativar ainda mais essa parcela de gastadores. Com os resultados apontados pela pesquisa, o BH Shopping prevê ampliar sua presença nas redes sociais, já que 66% do público pesquisado afirma participar de comunidades na internet. Além disso, vai oferecer ferramentas disponíveis para acesso no celular. Entre os dispositivos previstos, está o anúncio de promoções exclusivas para os telefones móveis e o lançamento de um localizador que indica o caminho a ser percorrido pelo consumidor entre o local em que ele está e a loja para a qual deseja ir. Uma espécie de GPS nos corredores do shopping.

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